Por estar desacordado, no momento em que o motim tem início Juan é abandonado por seus colegas e vai ter que contar com a sorte para se passar como um dos detentos e não ser descoberto até ser solto. Durante esse período, o líder dos prisioneiros Mala Madre (Luis Tosar) se aproxima de Juan e um verdadeiro jogo de tensão se estabelece.
Além de mostrar os constantes desafios para Juan se manter vivo e para Mala Madre manter coesa a rebelião, é mostrada uma realidade carcerária na Espanha com semelhanças em países menos desenvolvidos, o que estabelece um componente político muito forte a história. Soma-se a isso o fato de no presídio estarem detidos guerrilheiros bascos, o que pode transformar o episódio num fato histórico.
Sem muitas histórias paralelas e se passando num período curto, a trama consegue ser tensa desde o início não havendo muito espaços para maniqueísmos a não ser dois personagens: um carcerário bonzinho e o diretor malvado do centro de detenção. Fora isso, Cela 211 é um filme de ação e thriller psicológico de primeira linha que vale a pena ser visto.
A direção é esperta em fazer o uso de poucos flashbacks para mostrar o quanto o destino pode ser cruel e também para desenhar os aspectos mais importantes que vai transformar de forma sólida a personalidade de um dos personagens. Em alguns momentos pode até lembrar Carandiru, de Héctor Babenco, mas o hermano espanhol é muito mais coeso e não soa piegas em nenhum momento.
Direção: Daniel Monzón
Elenco: Luis Tosar; Alberto Ammann; Antonio Resines; Manuel Morón; Carlos Bardem; Luis Zahera; Fernando Soto
Roteiro: Daniel Monzón, Jorge Guerricaechevarría
Origem: Espanha
Estreia: 2009
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