Depois de Cassino Royale, confesso que esperava bem mais de Quantum of Solace. Ainda mais dirigido por Marc Forster (A Última Ceia, Em Busca da Terra do Nunca, A Passagem, Mais Estranho que a Ficção e O Caçador de Pipas), que vem dirigindo excelentes filmes nos mais diversos gêneros mas que dá um certo tropeço aqui. Não que o filme seja ruim, longe disso, com ótimas cenas de ação, ainda mais se compararmos com os filmes com Roger Moore e Timothy Dalton, mas faltou um aspecto importante que o filme antecessor tinha de sobra: roteiro.
Continuei não sentindo falta das bugigangas, nem do Martini mexido mas não batido e também não fez falta “My name is Bond, James Bond”. Fez falta o politicamente incorreto e o tom machista que povoava os filmes anteriores e faltou a tensão de ser falível do último. Com tantas e tantas cenas de ação, as últimas já não mostraram tensão e o absurdo de como ele se safa de uma explosão soa realmente a beira do ridículo. Ou seja, o que era uma das “marcas” dos filmes do James Bond não funcionou neste pelo tom sério que o filme passa o tempo todo.
Vale dizer que Craig está mesmo excelente no papel, apesar de parecer não ter o tipo esperado, ele sabe acertar no tom de cinismo, raiva e tensão... Embora não convença como galã (mas isso é assunto para as meninas falarem) ele parece ter encarnado o personagem tal como Ian Flemming inventou: dedicado no trabalho, sedutor com a mulherada mas solitário e deprê nos momentos livres.
Apesar de interessante boa parte do tempo, a falta de história (mas que p**** é aquela organização?) e a interessante a abordagem do vilão travestido de ambientalista fiquei com uma sensação incômoda de segundo filme de uma trilogia, já que até mesmo o final de Quantum of Solace dá a entender que a história continua. E como sabemos (ou deveríamos saber) o segundo filme da trilogia geralmente é o mais fraco (com exceção de O Império Contra-Ataca). Resta saber se o próximo filme vai recuperar a força do primeiro ou se acostumar com a mediocridade.
PS. Impossível não comparar com a trilogia Bourne em dois aspectos. 1) Bond ser a caça e o caçador e 2) ter no segundo filme um diretor respeitado mas sem currículo de filmes de ação (Paul Greengrass em A Supremacia, mas que superou Doug Liman de A Identidade).
Nota: 07
1 comentários:
Aêee! Novamente vida inteligente na web (faço uso da expressão com mais propriedade que o global)!! Sempre fui meio indiferente aos 007 da vida, mas a cada dia percebo que devo ter vistos os filmes errados. Tomei coragem e começarei pelo cassino royale.
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