Tem gosto pra tudo. Se por um lado, concordo que Crash não deveria ter ganho como melhor filme. Não que não seja bom (é) mas porque distoou dos outros prêmios, também não dá pra dizer que Capote é quem deveria ter levado a estatueta.
É ponto pacífico que Philip Seymour Hoffman merecia ganhar o oscar de melhor ator (e que isso até ajudou a vender Missão Impossível 3, no qual ele seria o pior vilão de todos os tempos, ledo engano), mas o filme, no meu único e exclusivo ponto de vista, ao retratar com ´possível´ fidedignidade Truman Capote exagerou em seus maneirismos e o diretor esqueceu que tinha um filme para dirigir.
Mas, sim, o filme é muito bom, o elenco todo é bom, mas parece que ficou faltando alguma coisa para lhe dar a grandeza necessária a Capote, que revolcionou a narrativa da literatura em todo o mundo e inspirou (e continua a inspirar) jornalistas nos quatro cantos do globo (se é que globo tem canto).
A história do filme, como todo mundo sabe, narra as investidas do repórter-escritor para transformar a chacina da família Clutter, em Kansas (EUA) no livro À Sangue Frio. Confesso que fiquei impressionado em sua falta de ética ao lidar com os assassinos, além dos riscos que ele correu. Se fossem eles, uns dos assassinos de nosso tempo, talvez o destino de Capote fosse outro.Ainda sim, o grande trunfo do filme seja dar um gostinho para investirmos na leitura ou releitura de À Sangue Frio, ou mesmo ver o filme de mesmo nome, de 1967.
Capote, 08
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