Vou começar com O Monstro, filme italiano de Roberto Benigni. E como não tem falar de Benigni sem falar de A vida é bela, comento mais abaixo.
Bom, O Monstro é um filme que se propõe politicamente incorreto, com toda a lascívia italiana, ainda que seu final (como 99,9% das comédias) traga um tom de conciliação e de manutenção da ordem moral. Incorreto politicamente pois trata de um tema espinhoso. De um sujeito que é confundido pela polícia com um terrível estuprador, assassino e estripador. Benigni, que encarna o tal sujeito é um malandro de alma boa, sem malícia sexual, mas com muita malícia social. Quando a polícia coloca uma policial em seu encalço (sua esposa, assim como em A Vida é Bela, faz seu par romântico), a policial começa a duvidar de sua ira assassina e o final, previsível, não preciso dizer, todos já deduziram.
Apesar disso, o filme arranca risos mesmo dos mais sérios e deprimidos, como na sequência em que o nosso anti-herói ao transportar uma manequim se passa por tarado aos olhos da policial. Quando a manequim se enrosca no cós da calça do homem, simulando um animalesco 69 é riso certo. Ou quando ele se dá conta que uma bituca de cigarro acesa caiu por dentro de sua cueca justamente no momento em que uma linda italiana se abaixa em posição sexual na rua. A cena dele contorcendo seu 'membro', a sua cara de prazer ao jogar uma jarra de água no dito cujo também é impagável.
Pastelão, como a maioria dos comediantes tentam fazer, na maioria das vezes sem o resultado esperado, Benigni se mostra versátil num tipo único, assim como em seu inspirador Charles Chaplin. Sem, contudo, a genialidade deste. Algumas pessoas já o compararam também a Leslie Nielsen, e algumas cenas bem que caberiam em uma sequência qualquer da série Todo Mundo em Pânico. Mas, do humilde ponto de vista, o italiano se sai melhor.


O Monstro, 07
A Vida é Bela, 09
Trem da Vida, 10
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