Memórias de uma Gueixa

De tempos em tempos, o cinema americano recorre aos japoneses para contar uma boa história. É claro que nunca conseguem fazer obras-primas como os japoneses ou melhor ainda, como os chineses. Quem já viu Lanternas Vermelhas, Império dos Sentidos, O Tigre e o Dragão, Herói, O Clã das Adagas Voadoras e outros que não me recordo agora sabe do que eu estou falando.

Mas mesmo assim, os americanos (ou produzidos nos EUA) fazem filmes interessantes como O Cheiro do Papaia Verde, a série Shogun, o Último Samurai, Império do Sol de Spielberg) e o recente Memórias de uma Gueixa, também produzido pelo cineasta de maior sucesso na indústria do entretenimento.


Memórias narra, como já era de se esperar, a história de uma gueixa do início do fim ao fim da era das gueixas que, apesar de tentar passar um tom mais nobre, na minha concepção seriam as que hoje no Brasil se chamam de garotas de programa de luxo. Treinadas para dar prazer aos homens de bens, não são nem prositutas, nem amantes, mas antes um pouco de cada. A heroína do filme é uma menina que foi vendida pelo pai pouco tempo depois da morte da mãe para uma casa que orientava na formação das gueixas.

O sonho da menina era reencontrar sua irmã, que também foi vendida, mas para uma outra casa. O sonho muda ao se encontrar com um homem maduro, rico, e muito gentil. Nada menos que o presidente do Japão. Essa parte da história realmente não se mostra muito crível, mas faz certo sentido ao mostrar que a menina, a partir daquele momento, resolve se tornar uma gueixa para quem sabe, conseguir chamar atenção novamente, desta vez como mulher, do presidente.

É claro que, produzido pelos gringos, o pano de fundo seria a segunda guerra mundial, que serve apenas para esticar a história, que tem mais de duas horas de duração. Ainda que o final seja meio final feliz, considerando que mais do que isso seria uma forçassão de barra desastrosa, é um filme bonito de se ver.

Nota 08