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terça-feira, junho 27, 2006

Salve, George Clooney

 George Clooney sempre teve uma aura de ator cult. Sem contudo, merecê-lo. Senão vejamos: Em ER, conhecido também como Plantão Médico, era só um galã coroa...

Depois fez alguns filminhos: Irresistível Paixão (com a Jenifer Lopez - eca, para a atuação), Batman & Robin, antes fez The Peacemaker (com a outra falsa cult Nicole Kidman) Onze homens e um segredo, doze homens e outro segredo, Três Reis, Solaris... Será que faltou algum? Sim, dois. Foram salvos, um que ele mesmo dirigiu, Confissões de uma mente criminosa, com roteiro do sempre ótimo Charlie Kaufman e E aí, meu irmão, cadê você?, que os malucos irmãos Coen metamorfosearam do épico grego Ulisses.

Bom, se ficássemos só nestes dois, diríamos que teve sorte este tal George Clooney, que não gosta de seu nome em meio a revista de fofocas.Mas se há tempos ele fora invocado como cult, provou agora, nestes dois recentes filmes lançados em DVD.

Syriana e Boa Noite e Boa Sorte. Syriana, que ficou pouquíssimos dias em cartaz em Cuiabá e o outro, ficou no boa noite, não chegou por aqui. Bão, no que ele dirigiu, Boa Noite e Boa Sorte, é um filme legal, interessante, mas não foi ousado. O tema é excelente mas a técnica hollywoodyana de metaforizar o tempo atual é quase sempre o ponto fraco das produções independentes estadunidenses. Que ninguém se engane, o filme foi concebido para fazer um paralelo de como a mídia compactuou com a atuação do Bush filho no Iraque. Mas ao relatar um episódio ocorrido há 50 anos, não deixa que esse paralelo seja feito por muitos que viram ou verão o filme.

Mas sim, Clooney, mostrando a canalhice de Joseph McCarthy na década de 50, que criou e ampliou uma paranóia em cima dos comunistas usando, entre outros meios, a TV, é supremo. O que sobra no filme, a coragem de um apresentador de uma emissora de TV, é o que faltou ao próprio diretor do longa: ousadia.
Já Syriana é mais ousado, até tendo como um dos produtores um tal de Leonardo DiCaprio (sic!). O roteirista, que é o mesmo de Traffic (um moleque), cresceu, amadureceu e, ou ficou mais democrata, ou maquiou bem seu lado republicano.

Clooney, que é de quem estamos falando, ficou com o terceiro melhor papel do filme, mas foi o que melhor soube tirar proveito e por isso foi bem merecido seu oscar, como ator coadjuvante. Se Matt Damon tivesse atuado um pouquinho melhor...Enfim, é uma bem estruturada trama envolvendo a indústria do petróleo e todos os seus interesses: o governo americano, as indústrias multinacionais e os países detentores do ouro preto.

A forma como o filme retrata os dois primeiros atores é impecável, fraqueja um pouco (claro) ao falar dos países subdesenvolvidos com uma mina de ouro, oops, petróleo nas mãos. Que existam poderosos com boas intenções no Oriente Médio é até possível, mas bestas, não!

Boa Noite e Boa Sorte, 7
Syriana, 9

2 comentários:

Anônimo disse...

No caso de Boa Noite Boa Sorte, é importante frizar a atitude política de George Clooney, investindo em um filme que mexe com memória dos americanos, trazendo à tona a falsidade do ideal democrático do tio Sam. Também é bom saber que ainda é possível fazer um filme com uma produção baixíssima para os padrões de Hollyhood e conseguir uam grande repercurssão. Eu, como fotógrafo, gostei muito das câmeras rápidas, feitas com teles, que permitiam que os atores passassem pela frente da cena, quase que descuidadamente, dando um efeito de documentário. O preto e branco, tirado da película colorida ficou impecável. Laercio.

André Alves disse...

É verdade Laércio, bem lembrado. Também gostei da fotografia...

Ah, e mais um filme porcaria do Clooney: Um Drink no Inferno, com Quentin Tarantino.

 
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