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quarta-feira, setembro 07, 2011

Contra o Tempo


Contra o tempo, filme do diretor Duncan Jones, filho do cantor David Bowie, me lembrou Os Agentes do Destino, com Matt Damon e Emily Blunt por dois motivos. O primeiro é por parecer vindo de um roteiro de Philip K. Dick (mas não é!) e o segundo é porque, assim como em Os Agentes do Destino, apesar de se vender como um thriller de ação e ficção científica, está mais para um romance.

O soldado Colter Stevens (Jake Gyllenhaal) faz parte de uma experiência militar para tentar descobrir o responsável por um atentado terrorista em um trem em movimento já ocorrido. Para isso, Stevens volta no tempo, assumindo o corpo de um dos passageiros e ele tem oito minutos para encontrar o terrorista antes que o trem exploda. Passou o tempo, não conseguiu? O trem explodiu e vamos tentar tudo de novo.

Essa é a premissa básica do filme que já vimos muitas e muitas vezes no cinema, mas com a diferença aqui é que o soldado Colter Stevens não sabe por que está participando dessa missão e nem como foi escolhido. Fato esse que vai ser explicado por volta de 50 minutos da projeção iniciando uma incrível reviravolta, e é onde reside o ponto mais forte e mais fraco do filme, ao mesmo tempo.

O ponto forte é que devido a situação delicada do soldado, ele precisa resolver o mistério, em que o culpado pelo atentado não é o ponto crucial da trama. Mas ao mesmo tempo, nas várias viagens de oito minutos que ele faz de volta ao trem que fatalmente irá explodir ele se apaixona por Christina, interpretada por Michelle Monaghan, sem sal, como sempre. E essa paixão repentina e avassaladora encaminha o filme para um final à la Hollywood, ainda que mais inverossímil que todo o resto.

É uma boa diversão, mas não procure muitas explicações, ou poderá se frustrar com algumas teorias. Mas vale a pena em particular pelo cenário claustrofóbico e pela atuação de Vera Famiga, como a oficial Carol Goodwin, que consegue dar expressividade em seus olhares, já que suas cenas são limitadas pelo espaço físico de onde ela se encontra.

Ainda que os efeitos especiais não sejam de primeira linha, o orçamento relativamente baixo (US$ 32 milhões) e com uma duração curta (93 minutos), mostra que filmes para serem bons não precisam de muito investimento, basta estar à altura do que se quer contar. Contra o tempo não apela nem para o orçamento estratosférico nem pela longa duração. É na medida da sua qualidade!

Direção: Duncan Jones
Elenco: Jake Gyllenhaal, Vera Farmiga, Michelle Monaghan, Jeffrey Wright
Roteiro: Ben Ripley
Origem: EUA / França
Estreia 2011

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2 comentários:

Rodolpho Costa disse...

"E essa paixão repentina e avassaladora encaminha o filme para um final à la Hollywood, ainda que mais inverossímil que todo o resto."

A paixonite dele eu achei natural. Ele já se demonstra apaixonada pelo tal de Sean que ele está incorporando. Ela é "linda e gentil" (você pode até não concordar, mas o texto diz isso) e está numa posição de vulnerabilidade ao demonstrar "encantada" com ele (mesmo que não seja com ele diretamente).

Sem contar o estado em que ele se encontrava, sabendo estar morto, a revendo várias e várias vezes seguidas, com problemas com o pai... tudo isso juntando numa vulnerabilidade, também.

E pq acha o final inverossímil? Você tinha que explicar pq acha isso no seu texto.

"É uma boa diversão, mas não procure muitas explicações, ou poderá se frustrar com algumas teorias."

Olha, se isso te frustra tanto, devia se aprofundar mais nisso no texto. Pq frustra algumas teorias? E que teorias são essas? Seria bacana vc render material para debates em sua crítica e esse filme permite isso (mesmo que você não goste).

André Alves disse...

Salve, Rodolpho. Gostei do teu comentário e ainda que não concorde inteiramente com ele, respeito seu ponto de vista.

Mas vamos lá. Achei o final inverossímil porque não condiz com trama. O diretor preferiu um final água-com-açúcar ao invés de um mais ousado. Se a história tivesse terminado uns cinco minutos antes a minha impressão sobre o filme seria mais favorável.

Não expliquei porque achei que seria de fácil entendimento para quem visse o filme. Talvez não tenha sido explícito o suficiente, mas não me arrependo de como escrevi.

Sobre as explicações da trama é que achei complicado. Resumir a um "experimento militar" tira toda a força de um subtexto mais complexo como acontece em filmes mais desenvolvidos do gênero.

No mais, o personagem não sabe que está morto (ou se descobre é só no finalzinho do filme).

E claro, não disse em nenhum momento em que não gostei, apenas que ele serve mais para diversão do que para reflexão, o que às vezes, é o que importa!

 
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