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sexta-feira, agosto 12, 2011

Um Namorado para Minha Esposa


Tenso (Adrian Suar) quer por um fim em seu relacionamento com Tana (Valeria Bertucelli) mas não sabe como se separar, apesar de achá-la um tanto desinteressada no casamento e uma chata que não trabalha, não sai de casa e só sabe reclamar da vida, de tudo e de todos. Um amigo propõe contratar os serviços de um famoso conquistador barato de nome Cuervo Flores por quem Tana fatalmente se apaixonaria e por conseguinte terminaria o casamento.

Tenso arruma um emprego para Tana em uma rádio comunitária para que o conquistador crie oportunidades para seduzir a moça. No entanto, como já era de se esperar, Tenso começa a sentir ciúmes em ver sua esposa sendo seduzida por outro macho ao mesmo tempo em que ela se redescobre profissionalmente como uma locutora promissora.

Essa trama bacana é desenvolvida num estilo bastante comum nas comédias românticas hollywoodianas e embora isso seja parcialmente um defeito – por apostar no roteiro previsível e os vários personagens caricatos – também é uma vantagem por mostrar uma visão argentina sobre comédias românticas e relacionamentos. E nesse quesito se sai muito bem a atriz Valeria Bertucelli que consegue ir mudando gradativamente nas roupas, nos gestuais e principalmente em sua verborragia, saindo de uma mulher comum sem atrativos interessantes para uma mulher comum, porém cobiçada, no auge dos seus trinta e poucos anos como ela mesmo diz.

E é justamente a personagem de Tana o grande diferencial desta para a maioria das comédias românticas ao mostrar que é uma pessoa muito mais complexa que somos levados a crer no início da trama. Talvez não seja uma pessoa ruim, talvez seja mal amada ou precise ser valorizada. Os diálogos afiados salvam os clichês do conquistador travestido de um latin lover brega e do recurso de mostrar a história em dois tempos: presente e passado. Isso sem falar da consulta do casal a uma psiquiatra onde se fala diretamente para a câmera, como se falasse conosco. Esse truque já era velho desde Curtindo a Vida Adoidado, com Mathew Broderick e só funcionou com Sr.e Sra.Smith pois o desfecho debochado dos personagens de Angelina Jolie e Brad complementava organicamente a história.

Ainda que não seja um grande filme argentino (existem muitos bons exemplos) é uma mostra que por lá também se faz filmes comerciais com um quê de conteúdo. E que se fosse brasileiro eu diria até que há nele uma inspiração da música “Mil Perdões”, de Chico Buarque, principalmente quando Cuervo diz a Tenso que não pergunte a esposa sobre onde ela foi ou sobre seus horários para não forçá-la a mentir.

Vale a pena assistir a dois pois agrada tanto aos homens quanto às mulheres e pode até servir como uma terapia a um casal que esteja num momento complicado do relacionamento. Não estou dizendo que isso se aplica a você, leitora ou leitor, mas vai que...



Direção: Juan Taratuto
Elenco: Adrian Suar, Valeria Bertucelli, Gabriel Goity
Roteiro: Pablo Solarz
Origem: Argentina
Estreia: 2008 (Argentina) 2009 (Brasil)
Distribuidora: Paris Filmes

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