Dois filmes quase bons. Laurel Canyon eu já pensei em pegar várias vezes na locadora, mas sempre achava que, apesar de ler a sinopse, coisa rara que faço, não iria gostar muito.
Entretanto, pego de surpresa no Supercine, na Globo, resolvi arriscar, por ter dois atores que gosto: Frances McDormand, que ganhou Oscar em Fargo, dos Irmãos Coen e Christian Bale, mais conhecido no papel de Batman, mas que me convenceu no ótimo O Operário.
Pois bem, a história é de uma produtora de discos (McDormand) que recebe a visita do seu filho (Bale) e da noiva deste (Kate Beckinsale, de Underworld). A trama que se ensaia é o conflito entre a mãe, que parece viver ainda na década hippie dos anos 70 e do filho caretão, que quer preservar a noiva também aparentemente caretona das supostas doidices da mãe.
O que poderia se transformar num ótimo drama, envolvendo este raro conflito em que o filho acha a mãe prafrentex de mais se revela um ensaio de uma proposta mais ousada, apesar dos elementos que vou contar abaixo.
Envolvido com o trabalho, o personagem de Bale deixa sua noiva à sós com a mãe e com um grupo de rock que está em busca do single do seu último CD, classificado pela mãe-produtora como obra-prima que não deveria se render facilmente ao mercado. A noiva começa a se interessar pelo trabalho da sogra e da banda e quando vê já está fumando maconha, tendo desejos sexuais e termina num suposto mènage com o cantor e a sogra.Pois é.
O problema é que assim como as duas propostas do single serem bostas, a estreante diretora, que também é a roteirista, Lisa Cholodenko, parece não estar segura do que quer mostrar, posto que no final das contas, a vida da sogra e da banda é mostrada com naturalidade e sem moralismos, a não ser do filho, que é irritante e nos faz torcer contra ele, até mesmo quando ele ensaia um romance com uma colega do trabalho.
Minha conclusão é: se a diretora queria que nós torcessemos pelo careta, erro feio. Se queria que nós torcessemos pela hippie, deveria ter ousado mais, mostrando que as convenções servem para uns, mas existe vida inteligente para quem as quebra. O último minuto do filme ensaia isso. Mas aí, caro espectador, já é tarde demais.
O contrário disso acontece com Spun – Sem Limites. Desconfie quando a versão brasileira põe um adendo no título, para o tornar mais vendável, isso é sinal de que alguma coisa falhou com o nome original, em seu país de origem.
Dirigido pelo sueco Jonas Åkerlund, em 2002, mas que só chegou às locadoras este ano, o filme busca ser uma mistura de comédia, drama e policial ao se aventurar no submundo dos viciados em drogas consideradas pesadas. Porém, sem a verve criativa de Transpoitting e sem a crítica de Réquiem para um Sonho.
O resultado é que temos bons momentos, por exemplo, quando o personagem principal Ross, tem alucinações de estar entrando inteiro na vagina de sua namorada ou quando, em busca de metanfitamina, deixa a namorada algemada para atender um traficante e fabricante da droga (vivido até bem pelo desprezível Mickey Rourke) apenas para conseguir uma dose extra. Também tem outros personagens, um deles a Nikki, vivida por Britanny Murphi (mais conhecida em comédias românticas, como a Agenda Secreta do Meu Namorado) e John Leguizanno.
Mas quando se quer divertir de figuras e um mundo em que parece não conhecer, a história parece arrastada e traça um destino punitivo e previsível aos drogados retratados no filme.
Nota 05, para os dois
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