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sábado, fevereiro 28, 2009

Bem-vindo à Selva

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“Bem-Vindo à Selva se passa no Amazonas, nos cenários tem Brahma e Antarctica e os brasileiros falam português. Mas a selva... Por restrições orçamentárias, o filme foi rodado no Havaí. hahahaha”. Este foi o comentário que fiz neste blog em 2006 para este filme. Achei que tinha dito tudo o que precisava ser dito sobre esta produção. Mas eis que recebo uma crítica enviada por um amigo retirada do blog revista criação. Concordamos que o filme é bem fraquinho (também o que esperar de um enredo desses: cobrador de aluguel que quer abrir restaurante vai a selva amazônica buscar filho do patrão. Este recusa-se a ir porque está em busca de um tesouro inestimável. Mas nada vai ser fácil porque a parte da floresta onde a relíquia se encontra é dominada por um americano malvado que explora ouro).

Agora, dizer que o filme foi concebido num momento delicado das relações Brasil x EUA, ou que se trata de uma obra de arte ideologicamente comprometida com o projeto imperial americano, ou que ele monopoliza um certo discurso sobre o Brasil diante do público americano, retrata os brasileiros como animais e, principalmente, justifica qualquer tipo de agressão a nossa soberania que vise estabelecer a Lei num país que afinal de contas aparenta ser terra ninguém ou ainda, pasmem!, que pode muito bem ser comparado ao livro The republic of fear se tornou um best seller e ajudou a justificar a Guerra do Golfo.

Fiquei perplexo! Porque um filme ruim não pode ser simplesmente um filme ruim? Tem filmes bem piores como Efeito Colateral, em que Arnold Schwarzenegger invade a Colômbia e acaba sozinho com um cartel ou Denzel Washington (sic!) achincalhando os Mexicanos em Chamas da Vingança. Ambas produções que foram sucessos de bilheteria passam imagens bem piores dos latinos com atores renomados e um até então indefectível ator. Se levássemos em consideração tudo o que o cara do  blog escreveu deveríamos rechaçar os filmes do James Bond e defenestrar a trilogia Bourne. Quem esses caras são para falar de outros países?

A imagem preconceituosa dos Estados Unidos em relação ao Brasil está em Bem-Vindo à Selva, assim também como está em Turistas (eca) e o Incrível Hulk, e em outros filmes que retratam tudo que não são os EUA como sendo uma merda. Salvo honrosas e distintas exceções em que são mostradas a podridão que são os EUA. No entanto, quando Meu nome não é Johnny, Tropa de Elite, Cidade de Deus, Ônibus 174, Pixote, Lúcio Flávio, Batismo de Sangue, Como Nascem os Anjos, Cidade Baixa, Amarelo Manga, Cama de Gato etc. etc. etc. etc fazem diversas críticas e de certa forma ajudam a estereotipar um padrão brasileiro, não há tantas críticas negativas, mais elogios. Não se trata de defender o filme A, ou o filme B, mas de entender que precisamos contextualizar o que vemos, o que lemos e o que ouvimos e relativizar. Se não vamos começar a achar teorias conspiratórias para tudo que é lado.

Por isso, creio que não devemos superestimar a mediocridade e começar a achar que a dança do quadrado é subliminarmente uma mensagem de tolerância zero e que todos devamos ser presos. hahahahahaha.

Bem-vindo à Selva, nota 04 (subiu no meu conceito…)

5 comentários:

Anônimo disse...

Não quero parecer adepto das teorias conspiratórias, mas sobre TURISTAS (não vi, não gostei, não verei, não gostarei), lembremos que foi lançado à época dos JOGOS PANAMERICANOS (só falta a moda pegar e a FININVEST ou LOSANGO também lançarem suas olimpíadas... hahaha). Ou seja, será que é paranóia insinuar que foi produzido como antipropaganda daquele evento esportivo?
Vinícius Borges
(PS.: aos desavisados, eu que mandei a crítica sobre BEM-VINDO À SELVA).

Anônimo disse...

AH!! E não se esqueça do primeiro ANACONDA (SOCORRO!!!)
V.B.

André Alves disse...

Continuo achando que é paranóia. O filme é ruim de doer, assim como O Albergue, que se passa na República Tcheca. Mas em matérias de filmes de terror, a maioria é nos EUA mesmo: Jason, Hora do Pesadelo, Pânico, A Hora do Pesadelo, A névoa, O Iluminado,... Até os filmes japoneses quando são refilmados nos EUA, passam a ter locações americanas. Será que estes filmes de terror são antipropagandas americanas? Será que o brasileiro Walter Salles tentou fazer uma anti-propanganda americana quando filmou Água Negra?
É claro que existem muitos filmes que são propagandas dos EUA, assim como na China, na Índia, na França e na Alemanha. Filmes militares, para terem apoio do governo americano com locações, por exemplo, são revisados pelos gringos governantes. O exemplo mais clássico que eu me lembro é que para filmarem em porta-aviões, a mocinha do Top Gun deixou de ser uma oficial da marinha para ser uma psicóloga. Mas isso é outra história!

André Alves disse...

Para lerem o que eu escrevi sobre Turistas em outubro de 2007: http://cinemaeasneiras.blogspot.com/2007/10/turistas.html

Para ler uma bem-humorada matéria de O Globo em cima de uma crítica da revista Variety, clique aqui: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2006/12/01/286862215.asp

Anônimo disse...

Uai, todo americano bem informado sabe que no Brasil se fala espanhol, que existem indios andando pelados no Rio de janeiro e em São Paulo, sucuris (ou anacondas se preferir) com mais de 25m e onças soltas nas ruas, que fazemos divisa com o Chile lá na ponte da Amizade.

 
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