Não tinha me dado conta de um fato bastante interessante que está acontecendo no Brasil: documentários sobre a vida e a obra de grandes artistas brasileiros. De pouco tempo pra cá temos o Meu Tempo é Hoje, Vinícius: o documentário, A Vida até parece uma festa, dos Titãs, tá no forno o Herbert de perto, sobre o líder dos Paralamas, Lóki, sobre Arnaldo Baptista, inventor dos Mutantes e Fabricando Tom Zé, sobre esse cara que ainda não consegui gostar.
Mas é uma grata surpresa ver o documentário sobre Paulinho da Viola, dirigido por Izabel Jaguaribe e roteiro dela com colaboração de Joana e Zuenir Ventura. Produzido em 2003, não tem lá grandes novidades em termos de direção mas conta uma boa história e é um registro importantíssimo para a música brasileira. Entretanto a cena da sinuca é de uma beleza de fotografia, fortemente inspirada.
Não tem como não admirar a beleza de suas letras e a riqueza de suas composições. Como não se emocionar com Dança da Solidão: Solidão é lava / Que cobre tudo / Amargura em minha boca / Sorri seus dentes de chumbo. Ou então em Retiro: Meu tempo às vezes se perde / Em coisas que não desejo / Mas não repare esse lado / Pois meu amor é o mesmo. E o que dizer então de Sinal Fechado na voz de Chico Buarque: Tanta coisa que eu tinha a dizer / Mas eu sumi na poeira das ruas / Eu também tenho algo a dizer / Mas me foge a lembrança
E também soube escolher a dedo músicas de terceiros, como Wilson Batista: Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim / Meu mundo é hoje não existe amanhã pra mim.
Bom, mas não vou ficar citando trechos de suas músicas, mas vale a pena conhecer um pouco mais desse cantor que apesar de seu nome artístico prefere o violão e é bem calmo como são as letras de suas músicas.
O que não conhece ainda? Ouça as músicas, assista ao documentário ou ao menos comece visitando o site oficial: http://www.paulinhodaviola.com.br/portugues/index.htm
Nota 8
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