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domingo, agosto 01, 2010

Fúria de Titãs

furiadetitas_18Fúria de Titãs tinha tudo para se tornar um novo clássico, dando uma roupagem nova a versão original de 1981 com criaturas em stop-motion. As animações em CGI e a tecnologia 3D está tão corrente nos EUA que seria difícil imaginar que não daria certo. Junte a isso um astro em ascensão (Sam Worthington) e dois atores consagrados (Ralph Fiennes, Liam Neeson) e a receita de sucesso parecia óbvia.

No entanto, fizeram quase tudo errado. À exceção dos efeitos digitais tudo naufragou. Não vi em 3D, mas as críticas é que a conversão foi muito mal feita. Um tropeço simples não fosse a canastrice dos atores. O Perseu de Sam Worthington tem o mesmo semblante não importa a situação, o Hades de Ralph Fieness lembra uma caricatura de seu personagem em Harry Potter e Zeus, interpretado – atrevo-me dizer – pelo decadente Liam Neeson, parece uma Drag Queen medieval.

Mas pior que isso é o roteiro, com tantos buracos que se fossem uma rua poderia até ser daqui de Cuiabá. Porque Perseu se recusa aceitar que Zeus é seu pai? Porque ele aceita uns presentes do Olimpo mas não outros, deixando todo o exército que o acompanha morrer à toa? Porque Perseu quer se vingar de Hades mas não tem ódio pelo reino de Argos, que é co-responsável pela morte de sua família?

Perseu, agindo como um rebelde sem causa inconseqüente não cria empatia com o telespectador e as cenas de ação não dão conta de criar emoção a quem assiste por ser óbvio que o semi-deus vai se safar e os outros personagens do pequeno exército que o acompanha são tão sem graça também que ninguém se importa se eles vão morrer ou não. E vão, invariavelmente. Lembrei-me agora, sem querer, do filme 300, que se o diretor Louis Terrier, que tem na bagagem os fracos O Incrível Hulk, Cão de Briga e Carga Explosiva 1 e 2, tivesse se inspirado, o resultado já seria bem melhor.

Tecnologia é vital para o cinema, sobretudo para os arrasa-quarteirões de Hollywood mas o fundamental mesmo numa história é emoção. Se isso falha, descarte todo o resto.

Nota 05

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