Quando li sobre o Escritor Fantasma, achei que a midia estava dando muito mais destaque ao caso de pedofilia pelo qual o diretor, Roman Polanski, foi condenado por uma acusação em 1978 do que ao filme em si. Achei injusto – não a sua condenação, bem entendido – esquecer da trama conduzida por alguém que realizou obras como O Bebê de Rosemary, O Pianista, Busca Frenética e Lua de Fel tivesse realizado.
Ainda mais com o invejável elenco: Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Olivia Williams, Tom Wilkinson e Kim Cattrall. O ghost writer, interpretado pelo talentoso porém mal-aproveitado McGregor tem uma atuação eficientemente contida ao passo que Brosnan desenvolve seu melhor papel desde O Matador.
A direção e a fotografia são primorosas desde o seu início mostrando um escritor metidinho que vê uma oportunidade mais ou menos fácil de ganhar dinheiro terminando a biografia do ex-primeiro ministro britânico, papel de Brosnan. Chega quase a exaustão o clima dos antigos e bons filmes noir e a caracterização do personagem de McGregor, que hora está dormindo ou sonolento, ora está sendo manipulado pelo amigo editor.
É meio nessa ingenuidade que ele vê que terminar a biografia do ex-primeiro ministro não vai ser tão fácil, pois ele está envolto em escândalos e mistérios pairam no ar até o momento em que ele precisa deixar a passividade de lado e tentar solucionar o caso.
É uma pena que aí, quando deveria entrar o clímax do filme, somos levados a perceber o tão ingênuo o ghost writer é, tamanha é sua confiança exagerada em terceiros embora haja tantas contradições entre os envolvidos na trama.
Tão ingênuo quanto o personagem é a chave do mistério, que não tem nada de original e que nem é tão bombástica assim e que parece não ter outro proopósito a não ser – não tenho como fugir disso – pela crítica que Polanski faz a política do país que o condenou.
Uma pena que tantos talentos reunidos tenha o resultado igual a personagem do início do filme: morreu na beira da praia.
Nota 07
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