Ao contrário de muitos críticos, eu não tenho ojeriza a onda de filmes espíritas (Nosso Lar, Chico Xavier e Bezerra de Menezes), até porque os blockbusters e as tentativas de serem filmes bem sucedidos sempre vem em ondas e modismos: é o caso das continuações, das trilogias para tentar fazer uma história virar clássico, as adaptações das HQs e por aí afora. Se deu certo, nada melhor do que investir, comercialmente falando.
Não sou contra filmes espíritas assim como não sou contra filmes de exorcismo ou de alienígenas. O que vale, no final das contas, é se a história foi bem contada, se a produção, o elenco, a fotografia ajudam a narrativa que nos faz sair da sala do cinema com a sensação de ter feito um bom investimento.
E neste caso, do filme Nosso Lar, eu até entendo o sucesso do filme por se tratar de uma adaptação bastante fiel ao livro de Chico Xavier, teoricamente psicografado pelo espírito André Luiz. Os espíritas e simpatizantes aprovaram a adaptação e acabou chamando a atenção de milhares de pessoas, o que está ajudando a fazer um recorde de bilheteria do cinema nacional neste século. Mas ainda muito aquém das produções como Eu Sei que vou te Amar, de Arnaldo Jabor, ou Gabriela, Cravo e Canela, de Bruno Barreto.
Penso que parte do sucesso do filme residiu na estratégia de marketing: os trailers do filme focaram demais os efeitos especiais, feitos por equipe hollywoodyana o que ajudaria a explicar o custo de 20 milhões de reais, um feito até mesmo se considerado ao Tropa de Elite 2, que custou 14 milhões e tem muito mais locações, atores, figurantes e efeitos visuais feitos por gringos de Hollywood. Só não falaram que quase todos os efeitos foram o que se passaram nos trailers.
Ainda que tenha achado que o filme tenha tido alguns bons momentos, não tem como não criticar a pobreza da fotografia e os furos no roteiro, principalmente no que se refere ao esclarecimento de André Luiz, que acontece como que num passe de mágica. Outras coisas não são bem explicadas, como porque era melhor uma personagem reencarnar para melhorar do que um tratamento “na vida superior”.
Mas o maior erro da produção residiu no elenco principal. Eu não via uma quantidade absurda de atores tão ruins há muito tempo.O cidadão que interpreta André Luiz é tão ruim e inexpressivo que me lembrou aquele modelo que tentou ser ator em novela da Glória Perez. Só faltou ele dizer: “Eu te amo, Dara”. Aliás acho que isso explica até porque os atores globais estivessem também ruins e caricatos.
Acredito que se a proposta de Nosso Lar fosse mais fazer um filme mais bem cuidado, com bons atores, um melhor trabalho no roteiro e não com a fotografia preguiçosa do filme, o resultado seria ainda muito mais espectadores. Mas se a intenção era apenas de transformar em imagens o que está no livro, o trabalho até que foi bem feito.
Bom, não acredito nem em vida eterna nem em reencarnação, mas vai que... prefiro curtir bem a vida aqui na Terra do que parar no umbral ou no Nosso Lar. Não me vejo morando numa cidade murada, que mistura Brasília com as cidades medievais com muita hierarquia e burocracia. É preciso trabalhar muito no plano espiritual para depois de uns 18 anos conseguir uma casa para morar por lá. E ainda sem televisão, teatro, internet ou celular... Não sei nem se é possível fazer sexo. Não agüentaria isso por muito tempo, nem me alimentar todo dia de sopa e água. Quero mais é aproveitar a vida na Terra.
Nota 05
sábado, outubro 09, 2010
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3 comentários:
Com o diretor de filmes da suja, o filme só podia ficar como você falou. Não explorou nada de significativo do livro, aquilo que realmente engana a gente.
Ops...É Xuxa e não suja.
Ops... E Xuxa e suja tem diferença?
Fizeram um blockbuster comercial e conseguiram. Qualidade é outra coisa.
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