Google+ Cinema e Mídia: Bravura Indômita

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domingo, junho 26, 2011

Bravura Indômita

Nunca fui fã de filmes de faroeste. Desde criança sempre achei risível os cenários e os figurinos dos filmes antigos, bem como a canastrice dos atores. Minha percepção de que o gênero de vez quando conseguia fazer bons filmes mudou quando assisti meio que por acaso na Globo (bons tempos quando a emissora exibia filmes inteligentes e cults) Sete Homens e um Destino, com Steve McQueen e um jovem Charles Bronson. Tempos depois descobri que a história tinha fortes inspirações em Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa.

Depois foi a vez de, pra mim, o filme de faroeste definitivo, Os Imperdoáveis, com Clint Eastwood, Morgan Freeman e Gene Hackman. Um clássico que ajudou a renovar o estilo e que gerou descendentes como Os Indomáveis, com Russel Crowe e Christian Bale e numa roupagem diferente, Onde os Fracos não tem Vez, dos Irmãos Coen.

Talvez seja até por esse longa que Ethan e Joel tenham se aventurado em refilmar Bravura Indômita, que segundo outros críticos foi 1969 “o papel da vida” de John Wayne. Não vi. Ainda!
Mas o que importa é que este filme, um forte candidato ao Oscar deste ano, com dez indicações, mas que não levou nenhuma estatueta, é sim um faroeste com um aura de se tornar clássico. A interpretação de Jeff Bridges, que faz o federal "Rooster" Cogburn, está contidamente excelente assim como Matt Damon, num papel diferente e quase irreconhecível do seu habitual, como o ranger texano LaBoeuf. A jovem Hailee Steinfeld, que interpreta Mattie Ross, menina de 14 anos que quer vingar a morte do pai pelo covarde personagem de Josh Brolin é quase impecável em sua atuação.

Os elementos que compõe os filmes de faroeste estão quase todos lá: a motivação pela vingança,as longas viagens à cavalo, o heroísmo, a moral torta, a resignação e a constatação de que os cowboys do velho oeste americano eram “antes de tudo um forte”, parafraseando Euclides da Cunha. Ainda que busquem reforçar esse mito americano que a história diz que não foi lá bem assim, Bravura Indômita acerta nos atores, no sarcasmo, comum dos Coen.

Fora isso, quem viu o filme percebeu a tensão sexual entre a menina e os dois homens que a acompanharam na busca pela vingança. Há uma cena com forte conotação sexual quando o texano bate na garota com palmadas. Mas é o velho personagem de Jeff Bridges que atrai a garota com sua vida torta, que, de certa forma, substitui seu falecido pai e ainda tinha mais encantos típicos de cowboys do que o certinho Texas Ranger. O federal se envergonha da sua bebedeira e por ciúmes quer abandonar a sua jornada e num final épico tenta salvar a jovem donzela picada por uma cobra, em cenas também com conotações amorosas.

Em tempos atuais um homem de cabelos brancos se envolver com uma adolescente é crime em muitos países, incluindo acertadamente no Brasil e nos Estados Unidos. Mas os costumes e a moral eram diferentes naquela época e naquele lugar inóspito. Não seria um absurdo se ficassem juntos, mas da forma como o filme se encerra, mostra uma outra faceta de quem busca justiça a qualquer preço.

2 comentários:

Anônimo disse...

eu adorei esse filme!

André Alves disse...

Nós também. mas sou suspeito porque gosto de tudo que os Irmãos Coen faz: Onde os Fracos não tem vez, Um homem sério, Queime Depois de Ler, O homem que não estava lá, Fargo e muitos outros...
A exceção deles são: Matadores de Velhinhas, fraquinho e O amor custa caro.

O resto pode ver sem medo!

Ah, grato pelo comentário

 
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