Google+ Cinema e Mídia: Sete Dias com Marilyn

Social Icons

twitterfacebookgoogle plusrss feedemail

sexta-feira, março 02, 2012

Sete Dias com Marilyn

Marilyn Monroe é um dos maiores feitos dos Estados Unidos: Um de seus grandes mitos e o maior símbolo sexual produzido por lá no século XX. É claro que o carisma da atriz, aliado ao belíssimo rosto e corpo escultural, ajudou a ela conquistar essa condição. Mas ela foi muito mais complexa do que isso.

Não conheceu o pai biológico, a mãe foi internada num hospício e passou a infância morando em casas de parentes e orfanatos e teve uma morte misteriosa, teoricamente por overdose, aos 36 anos. Quando atriz, teve três casamentos – um escândalo na época, enlouquecia atores, diretores, escritores (entre eles, Arthur Miller, seu último marido), presidentes, como John Kennedy (há até teorias conspiratórias de que ela teria morrido por conta disso) e até jovens mancebos no despertar do primeiro amor.

E é exatamente sobre isso que fala o filme Sete Dias com Marilyn. O envolvimento de um jovem por uma pessoa mais velha, como já visto em centenas de filmes (vários deles muito bons), como um rito de passagem. A Primeira Noite de um Homem e Houve uma Vez um Verão são dois clássicos. O adicional aqui é a própria atriz.

Isso é interessante, pois dá um pouco mais de empolgação por torcermos pelo jovem Colin Clark (Eddie Redmayne). E apesar de sabermos pela História que seu envolvimento com Marilyn (Michelle Williams, de Namorados para Sempre) não irá frutificar, muitos homens se pegarão em pensamentos assim: “E se fosse comigo...”

Além da história desse rito de passagem de um jovem para a vida adulta, Sete Dias com Marilyn mostra também a figura de uma mulher, no mínimo, exótica. Seu magnetismo parece funcionar muito bem na tela e seu efeito com as pessoas a seu redor lhe dava certa “liberdade” em ser birrenta, infantil, inconseqüente e paranóica.

A verdadeira Marilyn em O Príncipe Encantado
O diretor Simon Curtis foi hábil em mostrar as várias facetas da personagem em filme curto. Kenneth Branagh interpretando Sir Laurence Olivier mostra o que muitos tentaram e poucos conseguiram: usar de seu prestígio para chegar à moça. Não que isso significasse conseguir. O seu efeito com as mulheres era mais complexo: provocava ciúmes, como aconteceu com a mulher de Olivier; respeito, como aconteceu Dame Sybil Thorndike (Judi Dench) e até resignação, que foi o que aconteceu com a camareira Lucy (Emma Watson, da saga Harry Potter).

Apesar disso tudo, ou por isso tudo, Sete Dias com Marilyn é um filme leve, que oscila entre o romance, a comédia e o drama, sem, contudo, se aprofundar em nada disso. Tem passagens interessantes e um tour a construções históricas da Inglaterra, além de mostrar um pouco sobre os bastidores de uma produção de cinema e de como são estranhas as grandes estrelas.

Mas não sei se a indicação ao Oscar de Melhor Atriz à Michelle Williams foi um feito da atriz, de fato, ou uma conjunção da nostalgia que imperou no Oscar desse ano com o empenho dos produtores Weinstein. É claro que Michelle Williams é uma excelente atriz e tem tudo para ganhar um – ou mais – Oscar. Mas será mais interessante quando o prêmio vier de uma produção mais densa, que exija mais dela como atriz.

Título original: My Week with Marilyn
Direção: Simon Curtis
Elenco: Michelle Williams, Eddie Redmayne, Julia Ormond, Kenneth Branagh, Pip Torrens, Emma Watson, Geraldine Somerville, Michael Kitchen, Miranda Raison, Toby Jones, Judi Dench
Roteiro: Adrian Hodges, baseado em livro de Colin Clark
Origem: Reino Unido
Estreia: 2012


0 comentários:

 
Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.