Ryan Gosling interpreta um mecânico que é dublê em filmes de Hollywood que envolvam carros. Mas ele também faz bico como motorista em assaltos. Este personagem misterioso e multitarefa é um homem solitário, sobre o qual pouco se sabe sobre o seu passado e de pouquíssimas palavras. Sabe-se, no entanto, que ele é uma pessoa extremamente metódica e dedicada no que faz.
Sua rotina muda quando se envolve com a jovem Irene (Carey Mulligan, de Shame), que possui um filho, cujo pai está prestes a sair da prisão. A história que começa lenta, apesar da cena de ação inicial, vai tomando ares cada vez mais violentos, até se tornar brutal, lembrando, em algumas cenas, filmes de Quentin Tarantino ou a estética do francês e polêmico Irreversível.
Solto, o marido de Irene precisa saldar uma dívida e o “motorista”, por temer pela vida da amante e de seu filho, resolve ajudá-lo num assalto a uma casa de penhores. Infelizmente, tudo dá errado e o protagonista precisa urgentemente protegê-los e vai à caça dos verdadeiros criminosos, que armaram um golpe.
O desfecho do filme deixa uma dúvida no ar, mas também muitas certezas. De que a direção de Drive consegue oscilar organicamente entre o drama e a ação, além de homenagear, ao mesmo, tempo a estética dos filmes de ação dos anos 80 e os protagonistas dos grandes clássicos western.
O projeto que Ryan Gosling buscou para desenvolver – ele foi atrás do prestigiado e Cult diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn – mostra que o canadense é um grande astro em formação e tem tudo para se tornar um George Clooney, mas sem um Batman & Robin para manchar seu currículo.
Gosling tem escolhido bem seus papéis, sempre diferenciados. Entre os mais recentes estão Tudo pelo Poder, Namorados para Sempre, Amor a toda Prova e só um ligeiro descuido em Entre Segredos e Mentiras. Alguns críticos dizem que ter feito tantos filmes bons num período curto pode ter atrapalhado sua indicação ao Oscar, que era dada como certa no fim do ano passado.
A mesma coisa aconteceu com Drive, que apesar dos rumores só teve uma indicação técnica (Edição de Som), embora o filme houvesse ganhado como melhor diretor em Cannes no ano passado. De fato, não é um filme para Oscar – na sua grande maioria, os indicados e vencedores são filmes que podem ser visto por toda a família - mas seu reconhecimento é justo: impactante, diferente e ousado!
Trailer
Título original: Drive
Direção: Nicolas Winding Refn
Elenco: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Christina Hendricks, Ron Perlman, Bryan Cranston, Albert Brooks
Roteiro: Hossein Amini, baseado no livro de James Sallis
Origem: Estados Unidos
Estreia: 2012
1 comentários:
Gosling é realmente um grande ator em ascenção. Embora ainda não ache que ele possua a versatilidade de um Michael Fassbender (também em ascenção), ele compõe seus personagens de forma muito interessante e minuciosa.
Escrevi um bocado sobre a atuação dele no meu texto sobre Drive para o Lumi7: http://www.lumi7.com.br/2012/03/drive.html
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