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segunda-feira, dezembro 31, 2012

4 X Cinema Nacional


Natimorto
O universo exótico de Lourenço Murarelli (de O Cheiro do Ralo) é sempre uma boa pedida. Nesta história, cujo protagonista é interpretado pelo próprio autor, vimos um agente caça-talentos em crise no casamento que faz uma proposta um tanto quanto inusitada a uma possível nova musa cantora lírica brasileira, interpretada por Simone Spoladore: viverem sozinhos num apart-hotel, sem saírem para nada.
O filme é quase uma peça de teatro, com poucos atores e poucos cenários e a proposta que a princípio parece ingênua, se mostra cada vez mais angustiante. O agente parece um cara solitário e sufocado, mas tem ótimas histórias, que vão ficando cada vez mais bizarras, fora o estranho hábito de interpretar as imagens dos versos dos maços de cigarro como se fossem um baralho de tarô.
Indicado pra quem gosta de histórias pouco convencionais.
Direção: Paulo Machline
Roteiro: Andre Pinho, Lourenço Mutarelli
Elenco: Lourenço Mutarelli, Simone Spoladore, Betty Gofman
Estreia: 2009


Paraísos Artificiais
Com bom apelo na mídia, a promessa do diretor Marcos Prado, que depois de dirigir o excepcional documentário Estamira e trabalhar em filmes como Tropa de Elite e Tropa de Elite 2, faz esse romance água com açúcar para a playboyzada que acabou de passar da idade de ver Malhação.
A história é frívola, os diálogos sofríveis. Salva, sim, a bela fotografia e a trilha sonora condizente. Mas nada disso resolve porque nunca diz a que veio. Nathalia Dill não está mal, mas a atriz Lívia Bueno, que faz sua namorada, está melhor.
A historinha em si é: duas meninas viajam para o Nordeste para participar de uma rave mas experimentam drogas naturais e sintéticas e uma delas tem overdose. Um outro rapaz vai a Amsterdã mas na sua volta tem que trazer algo que não devia. E claro, o destino deles vão se cruzar... na verdade, já tinham se cruzado. Pronto, é isso!
Direção: Marcos Prado
Roteiro: Cristiano Gualda, Marcos Prado, Pablo Padilla
Elenco: Nathalia Dill, Luca Bianchi, Lívia de Bueno, Emílio Orciollo Neto
Estreia: 2012


Febre do Rato 
Cláudio de Assis não faz um cinema convencional. Tudo nele é gritante. Foi assim em Amarelo Manga e foi assim em Baixio das Bestas. Em Febre do Rato não poderia ser diferente. Apesar disso, se nos trabalhos anteriores muitos críticos se dividiam em classificá-lo como um diretor com uma tônica social acentuada ou como um reacionário determinista, a la Raul Pompéia, aqui não se sobra dúvidas. Assis vê a marginalidade – no sentido literal do termo – como anárquica e poética, algo que as classes dominantes nunca saberão o que é.
Na história, uma comunidade de Recife (PE), Zizo (Irandhir Santos) é um poeta revolucionário que defende (e pratica) o amor livre e a busca da felicidade pelas coisas que realmente importa, até que conhece Eneida (Nanda Costa, bem mais à vontade que em Salve Jorge), uma menina que finalmente consegue complicar o coração do poeta a um ponto extremo.
Além do casal, também há um caso amoroso de uma mulher com três homens. Matheus Nachtergaele interpreta um homem casado com uma travesti, de quem morre de ciúmes. Mas há também outras personagens igualmente cativantes.
Sim, a sociedade não é nada daquilo que se mostra na TV, seja novela, programa de auditório ou jornal. E ainda bem que há bons diretores para mostrar isso, mas quem tem sensibilidade também conhece isso na vida real.

Direção: Cláudio Assis
Roteiro: Hilton Lacerda
Elenco: Matheus Nachtergaele, Nanda Costa, Juliano Cazarré, Irandhir Santos
Estreia: 2012


Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios
O título é bonito, baseado no livro de Marçal Aquino e tem Camila Pitanga, fantástica! Mas o filme em si fica um pouco a desejar. Não chega a ser ruim, mas promete mais do que cumpre. No interior da Amazônia um fotógrafo (Gustavo Machado) se envolve com Lavínia (Pitanga) que é casada com um pastor evangélico, interpretado pelo sempre bom Zecarlos Machado.
Claro que, como todos sabemos, na dramaturgia esse tipo de relacionamento nunca terá um bom final, mas é um pouco diferente do que poderíamos supor de início.
Poderia ter sido um grande filme se Brant e Ciasca conseguissem imprimir melhor o contexto desse lugar da Amazônia e seus tipos. Aí a trama teria um pouco mais de veracidade.
Pisar em terrenos desconhecidos pode trazer resultados inesperados. Foi o que aconteceu ao personagem principal do filme, mas também a produção!
Direção: Beto Brant, Renato Ciasca
Roteiro: Marçal Aquino, Beto Brant, Renato Ciasca
Elenco: Camila Pitanga, Gustavo Machado, Zecarlos Machado, Gero Camilo, Antônio Pitanga
Estreia: 2011


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