Google+ Cinema e Mídia: Ben-Hur (2016)

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domingo, agosto 21, 2016

Ben-Hur (2016)


Timur Bekmambetov é um interessante diretor de filmes de ação, mas foi um tropeço essa releitura de um dos mais icônicos filmes de todos os tempos (o homônimo de 1959, com Charlton Heston e dirigido por William Wyler). Fosse apenas mais um filme genérico, passaria batido, mas fazer isso com um ícone do cinema é preciso estar à altura.

Não sou contra refilmagens e releituras, embora a maioria seja aquém ao material original e mera fórmula de fazer dinheiro com a inocência do espectador. Há casos que funciona, como em Mogli – O menino lobo, Caça-Fantasmas e Robocop, ainda que a bilheteria não concorde comigo.

Refilmar Bem-Hur é outra coisa, assim como seria complicado refilmar E o vento levou.... (que eu não gosto) ou Titanic. Aliás, em 1997 já haviam feito uma refilmagem medíocre de O Iluminado. Deveriam saber que não compensa.

Dito isto, o longa com os inexpressivos Jack Huston (Ben-Hur) e Toby Kebbell (Messala) não é um desastre total. Sejamos sinceros Charlton Heston sempre foi um canastrão, mesmo tenho ganho Oscar, então tudo bem. A história tem ritmo, você se empolga com a história e as cenas de ação são bem-feitas, principalmente a do navio e sem dúvida a corrida de bigas. Pena que pare por aí.

Transformar Messala em irmão de Ben-Hur foi uma tentativa desnecessária de afirmar a masculinidade dos protagonistas, mas o resultado foi por água abaixo. O personagem de Morgan Freeman, em uma interpretação sem vida chega a ser patética, inclusive na cena da corrida de bigas, onde ele, enquanto treinador fica gritando para Ben-Hur o que ele tem que fazer para vencer. Pode até ser que alguém ache que era apenas uma torcida e que o herói não ouvia, porque seria impossível pelo barulho dos cavalos, da multidão no circo e na atenção às rédeas, mas a gente vê em mais de um momento o rei traído olhando para seu instrutor, que havia mencionado antes da corrida onde estaria para passar instruções. Lamentável.

Triste também que Idarin tenha sido chamado de africano, algo que seria impensável para quem conhece, minimamente, um pouco de história.

Por fim, Rodrigo Santoro como Jesus não me surpreendeu, mas também não deixou a desejar, assim como a redenção de Esther (Nazanin Boniadi), pareceu-me justa. O tom, mais religioso que o original, não seria problema se fosse bem feito, mas o final piegas de redenção é uma afronta ao bom senso. Faz parecer o final do pistoleiro em Esquadrão Suicida perfeitamente crível frente ao que acontece aqui.

Como filme de ação, este Ben-Hur fracassa por ser irregular e sem expressão. Mas como filme religioso é um pecado.




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