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sexta-feira, agosto 25, 2006

A Máquina

Antes de mais nada, devo confessar que é o melhor filme brasileiro que vi este ano. Adaptada do romance de Adriana Falcão, que depois virou peça de teatro nas mãos de João Falcão (marido de Adriana) de muito sucesso e virou cult.

O enredo: Karina (Mariana Ximenes) vive em Nordestina, uma cidade no sertão de Pernambuco (que nem se encontra no mapa) que planeja abandonar sua cidadezinha para conhecer o mundo, como tantos de sua cidade, e para ser atriz, como sempre sonhou. Antônio (Gustavo Falcão), apaixonado por Karina e que nunca desejou abandonar sua cidade natal sai de Nordestina prometendo trazer o mundo a ela. Na cidade grande vai a um programa de TV e promete ao vivo que irá viajar no tempo e caso não consiga uma máquina de 700 lâminas irá dar cabo de sua vida. Tudo isso também será transmitido ao vivo, diretamente de Nordestina.

Narrado por Paulo Autran (uma raridade vê-lo fora do teatro) o filme consegue adensar a magia necessária a esta história de realismo fantástico. Os cenários e a iluminação de A Máquina (filmado 99% em estúdio) são importantíssimos para mergulhar o espectador dentro da idéia do diretor. Nos extras do DVD ficamos sabendo que foi uma decisão dos produtores em fazer o filme no estúdio e não em locações como imaginara, primeiramente, o diretor. Não sei em que medida o produtor Diler Andrade estava pensando na estética do filme ou no orçamento, mas o resultado é que só do modo que foi feito a fantasia na dose certa teria sido alcançada.

Mesmo assim, é um filme de atores. Não fossem as boas atuações e os diálogos que várias vezes beiravam a poesia, não seria tão bom. Até mesmo as participações especiais de Lázaro Ramos (como o doido cético) e Wagner Moura (como o apresentador de TV nitidamente inspirado em João Kleber) mostram que a produção e a direção cuidaram de tudo com muito carinho, para nos oferecer uma obra, talvez, inesquecível.

PS. Nem vou falar muito para não revelar mais do que o necessário, mas afirmo que se alguém assistir a Máquina e não gostar, ou é uma pessoa muito amarga ou muito triste. Ou os dois.
PPS. Espero que João Falcão não faça como Guel Arraes, que fez a quase obra-prima O Auto da Compadecida, depois o bom Lisbela e o Prisioneiro e recentemente o chato O Coronel e o Lobisomen.

Nota 09

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