Google+ Cinema e Mídia: V de Vingança

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sexta-feira, setembro 01, 2006

V de Vingança

Quem não viu no cinema vá à locadora e pega. Filmaço dos Irmãos Wachoski (da trilogia Matrix), polêmico até às tantas, complexo demais para um filme blockbuster e com um elenco de primeira, V de Vingança é obrigatório para quem gosta de filmes de ação mas também (e principlamente) para quem gosta de filmes políticos. Talvez valha até a pena esquecer que é adapatado de história em quadrinhos (de Alan Moore), que na época a referência era a Mão de Ferro de Margareth Tachter. Aqui, a referência é Bush Jr, sem dúvida, embora o personagem de John Hurt seja a cara de Hitler. Legal, né?

A história do filme, que se passa numa Inglaterra daqui a alguns anos, é que o tal V quer destruir o Parlamento Britânico, símbolo do país, assim como o Cristo Redentor no Brasil, a Estátua da Liberdade ou o WTC, em Nova Iorque, Estados Unidos. Oooops, então o herói do filme é um terrorista? Sim. Muito embora a Inglaterra retratada seja de uma ditadura e o que governo fez fosse muito pior do que V faz na história, ainda sim ele é um terrorista de máscara. E aí uma das sacadas mais interessantes do estreante diretor James McTeigue (que jura que a idéia foi dele) de não revelar o rosto do cara. Sua máscara nunca cai. A premissa é que o importante era a idéia e não a pessoa. Aliás, essa fala até tem no filme, mais ou menos como as idéias são a prova de balas.

Tá, mas porque que um filme que tem um terrorista como mocinho é legal? Por que nos faz refletir. O que V quer, mais do explodir o Parlamento Britânico (mais do que Bin Laden queria com WTC) é chamar a atenção dos ingleses sobre a ditadura que eles estavam vivendo e que V se propõe a ser o catalisador de uma mudança de comportamento dos cidadãos. A explosão seria a forma mais clara de dizer: Acordem e lutem por uma democracia.

Os diálogos e os discursos devem ser marca dos Irmãos Wachowski e aqui ganham uma profusão bem mais interessante que na maior parte de Matrix. Vou citar apenas duas frases de efeito: O governo deveria temer o seu povo e não o povo temer o governo (poderia ter sido muito bem sido utilizado na nossa ditadura) ou de um jornalista de TV: Nós divulgamos a notícia, não a fabricamos. Isso é trabalho do governo. Fantástico!

PS. Vale a pena ressaltar o esforço de Hugo Weaving no papel de V (embora em quase um terço do filme o mérito seja de outro ator, demitido por incompetência, e que não é lembrado nem nos créditos) de demonstrar emoções, mesmo de máscara, Natalie Portman, brilhante como sempre, John Hurt, já mencionado, e Stephen Fry, a quem Zeca Baleiro dedicou uma música e o nome do seu primeiro CD.

Nota 09

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