Com Bruxa de Blair,REC, Cloverfield e Atividade Paranormal, imagens distorcidas e tremidas se tornaram uma muleta fácil para atrair espectadores no cinema com o suposto entendimento de que se trata de uma obra documental. Não fictícia. Lembro-me da época do lançamento do primeiro Bruxa de Blair, muita discussão sobre a história, se a história é real e se o destino das pessoas (e não personagens) fora aquele mesmo!
Sim, a magia do cinema engana muita gente e por mais que muitas vezes exagerem no bom senso e dosem pitadas cavalares de mal gosto jamais consegui imaginar que fosse possível que histórias como essas pudessem ser levadas a sério seja pelo tema seja pela edição. Achava isso até Contatos de 4º grau, do diretor Olatunde Osunsanmi, com a bela Milla Jovovich (Resident Evil) e dois excelentes atores Will Patton (Sem Saída) e Elias Koteas (Possuídos).
A história de casos de desaparecimentos numa cidade do interior do Alaska onde parece estar havendo um surto coletivo é interessante e se não há muitos efeitos especiais, o bom elenco estava indo bem. A grande “novidade” da trama é o seu pior defeito. Fingir descaradamente que se tratava de uma história real.
Tanto no início como no fim, Milla aparece como a atriz e não como sua personagem (Drª. Abbey Tyler) dizendo que a história é verdadeira e que as cenas são chocantes. Em vários momentos a tela da interpretação dos atores é dividida para mostrar paralelamente os fatos reais que teriam sido gravados pela doutora de carne e osso.
Se já estava difícil acreditar na história que envolve hipnose, abdução, assassinatos e loucura com uma naturalidade incrível, saber que tudo é uma farsa causa-nos uma indignação muito grande. Uma estratégia de marketing errada e absurdamente de mal gosto.
Se existir vida inteligente fora da Terra peço o favor de alguém vir e abduzir do diretor Olatunde Osunsanmi. Mas não precisam devolver não, tá?
Tirando essa premissa tola, a história é legal, mas poderia ser muito mais.
Nota 05
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