Google+ Cinema e Mídia: Red State

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segunda-feira, outubro 17, 2011

Red State


Red State não é um filme de terror, no sentido mais explícito da palavra, mas sem dúvida é o filme mais maduro e polêmico de Kevin Smith. Uma igreja fundamentalista que prega o ódio contra gays e “outros pecadores” é o pano de fundo da história que está mais interessada em mostrar a cegueira de se ir com as massas, principalmente em regiões mais conservadoras, como é o caso do estado do Kansas e outros estados americanos dominados pelo partido Republicano, de onde vem o nome do filme.

Para ver o trailer do filme clique aqui

Apesar de curto (88 minutos), Red State, é quase uma trilogia em um, em que até mesmo os créditos finais estão divididos assim. A primeira parte (sexo) fala de três jovens em busca de sexo, que desencadeia a segunda parte: religião. Claramente inspirada na Igreja Batista de Westboro que inclusive mantém um site chamado godhatesfags.com (Deus odeia bichas), a igreja de Coopers Dell é ainda mais extremista ao ponto de querer, com as próprias mãos, livrar a Terra daqueles que vão “contra os desígnios de Deus”. Os atos extremistas do pastor Abin Cooper, interpretado de forma excelente por Michael Parks (Kill Bill vol. 1), com um sotaque impecável (desculpem-me pelo trocadilho) chama a atenção da polícia que é rapidamente designada a ter uma resposta mais “política” do que pacífica.

Quem espera um filme de terror poderá sair decepcionado, assim como alguns fãs de Kevin Smith. Acostumado a fazer comédias leves e besteiróis que também contém críticas sociais (O Balconista), morais (Procura-se Amy) ou até mesmo religiosos (Dogma), o diretor ousou e deu muitos passos além. Smith mira o conservadorismo, a falta de visão, critica a juventude sem propósito, a religião inquestionável e a política anti-democrática.

Interessante notar que nas três partes da história existem resistências que tentam mostrar que a inação é perigosa. Logo no início da trama uma professora questiona uma aluna por não saber quem é o polêmico pastor Abin Cooper. Logo em seguida um dos jovens que vão ser seqüestrados pelos fiéis da igreja pede a chave do carro aos pais e estes estão mais interessados em se ver na televisão, num manifesto público homofóbico.

Além disso, outro do trio que vai se encontrar com uma mulher para sexo a quatro se mostra reticente e quer desistir. Uma das mulheres (que não revelo quem é) da igreja quer salvar as crianças de um possível massacre. E também um dos agentes federais, embora tenha recebido uma ordem direta de seus superiores, resiste a um ato mais extremo. Tão importante quanto esses personagens é o papel do xerife, que embora pequeno, é bastante emblemático.

Os personagens são desenvolvidos de forma a serem na maior parte das vezes estereotipados para dar um destaque para os atores principais. E nisso, além do já citado Michael Parks, John Goodman (A volta do todo poderoso) e Melissa Leo (O Vencedor) estão muito bem.

Por ser quase uma metralhadora giratória o filme precisou ser o mais independente possível, passando aos poucos em salas de cinema nos Estados Unidos e Reino Unido podendo ser assistido na internet e agora já disponível para comprar em DVD e Blu-Ray pelo site do filme (http://coopersdell.com/).

E justamente pela história e pela forma como Kevin Smith aborda, Red State se revela como um filme que não é para todos, já que os mais conservadores se sentirão ofendidos, uma parcela da juventude não gostará e ainda, os mais alienados não verão quase nada do que foi dito acima e se gostarem, será apenas pelas cenas de violência.

Se você é mais do que isso, com certeza irá gostar e te fazer refletir.

E essa a proposta do final, que tem um anti-clímax, num estilo quase a la Tarantino, onde uma “intervenção divina” pode ser entendida de várias formas.

Direção: Kevin Smith
Elenco: John Goodman, Melissa Leo, Michael Parks
Roteiro: Kevin Smith
Origem: Estados Unidos
Estreia: 2011

PS. Com Red State, Kevin Smith mostra que a bomba Tiras em Apuros foi só um tropeço em sua carreira.

2 comentários:

Geek3r disse...

Parece ser bem bacana, irei procurar para assistir. Vlw

Anônimo disse...

Eu ainda não tinha lido nada sobre esse filme, mas parece ser interessantes. Eu gostei da duração, sinal de que não tem enrolação, que é o que muitas vezes estrega uma história.

 
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