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terça-feira, setembro 18, 2012

Rock Brasília – Era de Ouro


Uma verdade incontestável é a de que a era de ouro do rock brasileiro está na década de 80, com as bandas candangas, mas também com as bandas paulistas Titãs e Ira! e ainda com a precursora carioca Blitz, que talvez seja a grande responsável pela abertura do mercado musical para o nosso rock.

O olhar de Vladimir Carvalho são as bandas de Brasília, posto que o documentário fecha a trilogia sobre a formação histórica, política e cultural da capital federal. Não poderia estar de fora a Plebe Rude, a mais anárquica das bandas, ainda que com um tom de ingenuidade, e o Aborto Elétrico que daria vida a Capital Inicial e claro, a Legião Urbana, tendo Renato Russo como um guru-filósofo das demais bandas e também sobre toda uma geração (Coca-Cola ou outro rótulo que caiba melhor).



Para os grandes fãs de carteirinhas, sobretudo em relação a Legião Urbana, não há muita novidade, mas é interessante ver a costura do diretor em relação aos tempos iniciais dessas bandas e de como elas tomaram rumos completamente diferentes.

Se a melhor das três teve um fim prematuro com a morte de Renato Russo, o Capital Inicial é a banda que está aí até hoje (com um hiato sem o Dinho Ouro Preto) mesmo tendo poucas músicas boas ou razoáveis. A Plebe Rude continua depois de uma década parada, mas ainda é uma incógnita o seu futuro.

Além do destaque correto a Legião Urbana, chamam atenção as entrevistas de Fê e Flávio Lemos, e também do pai dos dois, o professor universitário Briquet Lemos, que inclusive fecha o filme num momento limítrofe entre o emocionante e o piegas. Não poderia faltar uma fala infeliz e inapropriada de Dinho, dizendo que o Capital voltou para preencher a lacuna que a morte do líder do Legião Urbana causou.

É claro que a banda carioca Paralamas (do Sucesso) também tem o seu registro em Rock Brasília, em parte por dois de seus integrantes terem uma passagem por Brasília, mas também porque o irmão do Herbert acompanhou a efervescência do rock crítico-político-social-engajado e universitário, mas num sentido bem diferente de outros ritmos que usam o mesmo adjetivo ao estilo musical.

Uma pena que o bom rock brasileiro não encontre uma revitalização- a única exceção relativamente recente é Los Hermanos - a altura, mas é bom que estejamos revisitando as grandes bandas e outros músicos (não podemos nos esquecer de Raul Seixas). Quem sabe isso pode influenciar as mídias a darem mais abertura as bandas independentes.

Ou isso, ou será triste quando daqui a 25 anos não tivermos quase nenhum registro de bandas porque as que estão tocando atualmente ou não são rock ou não tem nenhuma importância histórica.


Direção: Vladimir Carvalho
Roteiro: Vladimir Carvalho
Elenco: Renato Russo, Herbert Vianna, Bi Ribeiro, Dinho Ouro Preto, Philippe Seabra, André Mueller, Caetano Veloso, Hermano Vianna, Fê Lemos, Flávio Lemos, Briquet de Lemos, Dado Villa Lobos, Marcelo Bonfá
Origem: Brasil
Estreia: 2011

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