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terça-feira, dezembro 21, 2010

Almas à Venda

Paul Giamatti é um ator que gosta de personagens derrotistas e derrotados. É assim em O Ilusionista e em Mandando Bala mas principalmente nos que são considerados cults como O Anti-Herói Americano e Sideways – Entre umas e Outras. Até mesmo isso aconteceu em A Dama na Água, de M. Night Shyamalan. Não poderia ser diferente de seu personagem (oops ele interpreta a si mesmo!) em Almas à Venda.

Na história, Paul está ensaiando a peça Tio Vânia, do escritor russo Anton Tchecov, que talvez pelo peso da peça, talvez por sua própria história, se sente pesado, entediado e não está conseguindo dar o tom certo ao seu personagem. Acaba lendo um artigo na revista The New Yorker sobre uma empresa que extrai a alma das pessoas. Simples assim.

Curioso, Paul vai até a sede da empresa e para se livrar do seu amargor, que poderia muito bem ser definido como depressão, resolve extrair sua alma que, em seu caso, tem a forma de um grão-de-bico. Doida assim, a história que parece ter saído da cabeça de Charlie Kaufman (Quero ser John Malkovich, Adaptação, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças) não parece chocar nem Paul Giamatti nem esposa. Choca o porquê mas não o como.

Após essa experiência a história ganha uma subtrama que inclui o tráfico de almas russas aos estadunidenses e piadas non-sense: “o que um russo vai querer com uma alma americana?” que leva Paul a Rússia atrás de sua alma perdida que ele já quer de volta.

É uma história de subtextos, de entender mais o que se passa no íntimo dos personagens que na história. A ânsia de não querer ser si mesmo, a ânsia de querer ser outro, a ânsia de querer viver. Essas razões são razões que a lucidez desconhece. Só mesmo uma história doidivana para falar disso.

Não chega a ser excepcional mas é, no mínimo, com um toque de originalidade.

Nota 8,5

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