(500) Days of Summer é uma bela comédia romântica na perspectiva masculina, voltada para um público na faixa dos 25-35 anos. Logo no início o diretor estreante Marc Webb deixa claro que é uma história do tipo garoto-conhece-garota mas sem o final feliz que alimenta os cofres hollywoodianos. E isso já é um alento.
Joseph Gordon-Levitt (A Origem) vive Tom, um criador de frases de cartões comemorativos que conhece Zooey Deschanel (Fim dos Tempos), que interpreta a Summer do título. A história que narra em ordem não linear os quinhentos dias de conhecimento, conquista, conflito, separação e superação do caso meio amoroso dos dois.
Meio porque como o próprio cartaz do filme diz, ele se apaixona e ela não. A história nessa perspectiva já foi narrada, acredito por quase todos os homens em algum momento da sua vida para seus amigos. Por isso é perdoável que o foco às vezes soe machista. E como é machista o coração de um homem magoado!
A grandeza do filme reside, então, na forma como a narrativa foi costurada e abordando detalhes que diferem em número e grau das comédias românticas com abordagem feminina. Em certo momento a história mostra a empolgação de Summer em relação a Ringo Starr mas despreza seu companheiro na loja de disco quando ele mostra o mais famoso disco do ex-beatle. Ou na loja de móveis quando no início do namoro eles brincam descompromissadamente para semanas depois ela o fazer se sentir infantil ao extremo.
E o que dizer de quando a moça briga com ele por ele ter defendido sua honra e ela diz a ele que não precisa de proteção? Fatos que jovens apaixonados do sexo oposto tem ótica diferente sobre o mesmo fato. Outra riqueza da história está quando a tela é dividida em duas mostrando de um lado a expectativa de Tom e do outro o que de fato acontecia na história. Notem como os diálogos se encaixam perfeitamente e as cenas tem um sincronismo perfeito.
Tão perfeito quanto ao mostrar que as mesmas singelezas que faz Tom amar Summer (o som da sua risada ou a pintinha que ela tem na altura da alça do vestido) passam a ser motivos para odiá-la. O bom é que amores de verão sempre passam e o que era lindo num momento, horroroso em outro, com o tempo será superado. E que venha o outono. (só vai entender essa frase quem ver o filme)
Este filme me lembrou em alguns aspectos o superior Alta Fidelidade, com John Cusack e Jack Black.
Nota 08
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