Google+ Cinema e Mídia: Bruna Surfistinha

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quarta-feira, março 09, 2011

Bruna Surfistinha

“Só não vá com preconceitos”, diz um dos cartazes do filme Bruna Surfistinha, interpretada magistralmente por Deborah Secco sobre a trajetória de Raquel Pacheco, garota classe média complexada que decide se tornar garota de programa buscando uma independência financeira e se torna a prostituta mais famosa do Brasil. Parte desse sucesso estava no seu blog que narrava as atuações de seus clientes; no livro “O Doce Veneno do Escorpião”, no qual o filme foi inspirado e também nas produções pornôs que ela fez.

A história de Bruna Surfistinha mostra como a mocinha abandona a família para fazer programas em uma “casa de massagem” onde sua aparência de “bonequinha de luxo” faz sucesso entre os clientes e desperta a ira e inveja de algumas colegas de trabalho. Mas as dificuldades do trabalho não estão apenas em fazer vários programas por dia com homens de tudo quanto é jeito. Ela é roubada, expulsa da casa de massagem, se torna uma prostituta de luxo e viciada em cocaína e conhece o fim do poço quando quase morre num prostíbulo ralé apelidado de vintão.

Não fosse Huldson (Cassio Gabus Mendes), cliente que se apaixona por Bruna/Raquel, o destino dela teria sido diferente. O que não é o caso de boa parte das prostitutas de rua e de casas de massagem, que querem juntar dinheiro para mandar pro filho no interior, ou para poderem trocar de profissão. Isso se não tiver um fim drástico.

Filme de estréia de Marcos Baldini, essa versão mais realista e tupiniquim de “Uma Linda Mulher” é um bom drama feminino, de determinação, frustração e superação. A direção é centrada, o elenco é de primeira, o figurino coerente e a trilha sonora é espetacular, com destaque para Radiohead para os momentos mais íntimos da anti-heroína. Pena que o roteiro tropece muitas vezes e não se aproveite para falar de temas como violência e camisinha. A decisão de abandonar a família para se tornar prostituta está mais para uma pirraça de adolescente do que uma decisão adulta de fazer mais 800 programas para juntar uma pequena fortuna e se tornar financeiramente independente. Isso sem falar que como num passe de mágica ela abandona as drogas, motivo de ela quase ter morrido.

A história é interessante enquanto filme, a vida de Raquel ninguém tem que julgar, a vida é dela, as decisões foram dela. Mas mais interessante que a vida de Bruna Surfistinha é vida da também ex-prostituta Gabriela Leite, contada na excelente biografia "Filha, mãe, avó e puta”, um personagem muito mais humano, sem dúvida.

Mesmo assim, ver Bruna Surfistinha no cinema é mais que um marco. Mostra que o Brasil continua produzindo bons filmes e que eles não precisam ser comédia, policial ou espírita. Mostra também que a sociedade pode começar a querer discutir sem hipocrisias grandes tabus como o sexo e a prostituição. O filme também pode ajudar a diminuir o preconceito e melhorar a compreensão e o respeito dessas profissionais, pois como diz a música que fecha o filme: “If I could be who you wanted all the time”.

Nota 7,5

3 comentários:

Anônimo disse...

se vc achou bom, eu vou ver.

André Alves disse...

Espero que goste também, mas se não gostar, não há problemas!

GUERRILHEIROS VIRTU@IS disse...

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