Quando soube que Hollywood estava produzindo um filme sobre a criação do Facebook a minha primeira reação foi de desdém. Mas logo descobri que o cara por trás das câmeras era David Fincher, que consegue trilhar por vários gêneros do cinema e sempre conseguindo honrosas histórias. Foi assim com O Curioso caso de Benjamin Button, Zodíaco, Quarto do Pânico, Clube da Luta, Vidas em Jogo e Se7en. Então não tinha erro ia ser um filmaço. E é.
Talvez o maior erro tenha sido na estratégia de marketing antecipada do Oscar que resultou no merecido prêmio pelo roteiro adaptado, trilha sonora e edição, mas perdeu os principais Filme e Direção. Mais justo foi o Globo de Ouro que reconheceu a qualidade inquestionável do longa e o premiou como melhor filme de drama e melhor diretor.
Mas não é um filme assim, muito mastigável, digamos assim. A começar pelos extensos e muitas vezes complexos diálogos ditos numa velocidade tão alucinante que desejei que meu entendimento do inglês fosse melhor porque acompanhar as legendas em certos momentos foi impossível.
Outro ponto é que o personagem inspirado no real Mark Zuckerberg, um dos criadores do Facebook, é um cara muito chato, embora não entediante. Focado e obstinado, mas metido e algumas vezes desprezível que fica difícil torcer (eu não torci mas a história já é sabida) por ele. Mérito de Jesse Eisenberg (Zumbilândia).
E claro, esse desnudamento do mundo dos nerds é o grande trunfo do filme. Se alguém tinha algum romantismo com Bill Gates, Steve Jobs ou Sean Parker (criador do Napster e também personagem importante de A Rede Social) vai descobrir que ser nerd nada tem a ver com ser ingênuo, ou como no caso da história, muito pelo contrário.
Ainda que seja uma obra de baseada em fatos reais muito do que está na trama é ficção. E onde não é ficção é parcial, já que o resultado nas telas é a versão do brasileiro Eduardo Saverin, que também serviu como consultor da produção. E ele, como sabemos, processou Zuckerberg e ganhou um bom acordo. Mas cinema é isso! Vale mais como a história é contada do que a verdade. Até porque é cinema e não documentário.
Mas vale também o registro de uma piadinha que só descobri depois: Em certo momento do filme, Zuckerberg se diz o estudante de Harvard mais importante, mais que vencedores de prêmios Nobel e uma artista de cinema. Essa artista que ele se refere é Natalie Portman, que ganhou Oscar de melhor atriz por Cisne Negro. A piada é boa porque Portman cursou Psicologia na universidade entre 1999 e 2003 e ela contribuiu com o roteirista Aaron Sorkin, contando várias histórias que aconteciam por lá, antes do advento do Facebook, claro.
Nota 09
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