Dois irmãos adolescentes gerados por inseminação artificial resolvem conhecer o pai biológico sem o conhecimento do casal, mas o resultado não é o esperado e o surgimento deste novo elemento na família irá provocar mudanças afetivas. Essa é a história de Minhas mães e meu pai, que ganhou um Globo de Ouro como melhor filme musical ou comédia e ainda foi indicada a quatro Oscars. Mas é claro que o mérito do filme não está na busca pelo pai (Inverno da Alma abordou de forma muito mais interessante isso), mas pelo fato de que os filhos são criados por duas lésbicas e que cada uma gerou um dos filhos. Simples assim.
De forma direta, a história da diretora e roteirista Lisa Cholodenko (Laurel Canyon – Rua das Tentações e do seriado The L. Word) mostra o óbvio, porém que muitos setores da sociedade insistem em querer nos cegar: que casais homossexuais tem cotidiano, problemas, sonhos e desejos como os heteros, bissexuais ou seja lá que preferências sexuais tenham. Tudo é conduzido de forma tão natural que até nos esquecemos que no mundo real infelizmente tem muita gente que torce o nariz por pura ignorância (os Bolsonaros da vida) e se não dá pra rotular a produção como um filme gay, também não dá pra dizer que este elemento não seja importantíssimo pra história.
Importante ao relatar que a insegurança da moça Joni (Mia Wasikowaska, de Alice no País das Maravilhas) que está prestes a ir pra faculdade e Laser (Josh Hutcherson, de Viagem ao Centro da Terra) que é submisso ao melhor amigo e as mães, em certo momento, desconfiam de que ele também seja gay. Esses “problemas” de adolescentes fazem com que as duas mães Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening) aceitem, a princípio, que os filhos conheçam o pai biológico Paul, interpretado muito bem por Mark Ruffalo.
A presença de Paul parece fazer bem aos filhos. No entanto o relacionamento das mães passa por uma crise que é agravada justamente por essa novidade e um estranho triângulo amoroso se estabelece. E se Paul não chega a agir como mau caráter se revela um tanto infantil mostrando que devemos deixar o passado onde tem que ficar: pra trás.
O título original do filme em inglês (uma referência a uma música do The Who), The Kids are All Right cai como uma luva no início e no fim do filme porque mostra que relacionamentos têm seus altos e baixos. E que uma visão de fora às vezes é bem-vinda mas que em muitos casos tudo pode ser resolvido em família.
Nota 08
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