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segunda-feira, março 19, 2012

A dama de ferro


Quando terminei de ver A dama de Ferro logo concluí duas coisas. Como, de fato, Meryl Streep é uma atriz excepcional. A outra constatação é de como uma grande atriz participa de um filme tão fraco? Só para ganhar o Oscar? Inevitável a comparação com A Rainha, de Stephen Frears, com outra grande atriz, Helen Mirren. No filme de 2006 a biografia mostra uma mulher forte, embora ambígua às vezes, mas com um roteiro inteligente, que não desafia o nosso bom senso.

Quase o contrário do que Phyllida Lloyd fez com a “biografia” de Margaret Thatcher. A conservadora ex-primeira ministra britânica é uma personagem forte, sem dúvida, ainda que tenha um perfil político e ideologias questionáveis. Mas e daí? Existem vários filmes bons sobre Hitler, mas é preciso saber dar o foco certo.

O caso aqui é que o filme quer humanizar M. T. focando a figura histórica em momentos atuais quando possui o título de baronesa e exibe uma debilidade física e emocional que quase beira o melodrama e chega a lembrar, em alguns momentos, filmes de terror ou o bom Uma Mente Brilhante. Por meio de reminiscências dessa senhora é que percorremos a trajetória da jovem interiorana a uma das personalidades políticas mais importantes mundialmente no século passado.

Pena que o que poderia tornar um grande filme é justamente o que enfraquece. Dúvidas, muitas dúvidas pairam no ar. Sim, ela era uma mulher obstinada, mas como ela entrou para Oxford? Como entrou para a política? Como conquistou espaço e naquele Parlamento evidentemente machista? Ao desconsiderar questões centrais que poderiam dar profundidade à vida da Dama de Ferro, a direção opta por humanizar a personagem, cedendo a caprichos copiados de outros filmes como O Discurso do Rei.

E infelizmente, essa opção faz com que quem não conheça a trajetória da senhora fique com a impressão de que ela era uma mulher que enlouqueceu com o poder. Quem conhece mais sobre sua personalidade vê que o filme não acrescenta muita coisa, apenas uma tentativa frágil de humanizar uma figura polêmica.

Particularmente, não me comovi com sua história e Margaret continua sendo àquela que inspirou a graphic novel de Alan Moore, sobre uma sombria Londres dominada por um governo déspota. Sim, estou falando de V de Vingança!

Trailer


Título original: The Iron Lady
Direção: Phyllida Lloyd
Elenco: Meryl Streep, Michael Cochrane. Jeremy, Nicholas Farrell, Harry Lloyd, Alexandra Roach, Jim Broadbent
Roteiro: Abi Morgan
Origem: Reino Unido
Estreia: 2011

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