terça-feira, julho 24, 2012
O Garoto
Há mais de 90 anos surgia um dos primeiros grandes clássicos do cinema. A história de um “vagabundo” que cria uma criança após ser abandonada pela mãe é comovente. “O Garoto” encanta porque trata de temas delicados já naquela época mas sempre com o humor pastelão que marcou Charles Chaplin, eternizado como Carlitos.
Chaplin já sabia – até por ser um grande pensador – que o humor era uma forma eficiente de discutir questões éticas, sociais e morais. Foi assim também em outros dos seus grandes filmes como Tempos Modernos, O Grande Ditador e Em Busca do Ouro, considerado por ele como um dos seus melhores trabalhos.
Carlitos é um ícone complexo. Vestido de um fraque surrado, sapados gastos, chapéu-coco, bengala e o bigodinho característico é um misto de um pobretão que não perde a pose, com um malandro cavalheiro. Mas o que não lhe falta é coração. Desde o primeiro bom gesto ao encontrar o neném na calçada até o momento em que a polícia busca o garoto para levá-lo ao orfanato.
A mãe do garoto é um personagem que hoje em dia seria um pouco mais difícil de se estabelecer alguma empatia, mas ao considerarmos o quão pesado deveria ser o fardo de ser mãe solteira no início do século passado, tendemos a atenuar suas ações iniciais. Inclusive pela pessoa boa que se tornou, mesmo sendo uma famosa estrela de cinema.
Já o garoto tem uma interpretação incrível e comovente que mesmo quem vir agora até se esquece de que é um filme mudo, de baixo orçamento e preto e branco. Porque boas histórias são assim mesmo: Se bem contadas, tocam nosso coração e nos faz pensar.
E isso, o filme tem de sobra. Mesmo sendo um filme curto para os padrões atuais – um pouco mais de uma hora – é uma das grandes obras-primas do cinema de todos os tempos.
Título original: The Kid
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Carl Miller, Charles Reisner Dan Dillon, Edna Purviance, Tom Wilson
Roteiro: Chaplin, Roland Totheroh
Origem: Estados Unidos
Estreia: 1921
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