Por isso não me surpreendeu muito quando soube que ele estava dirigindo A Invenção de Hugo Cabret (baseado no romance homônimo), que realmente merece todas as indicações a estatueta dourada. Assim como sabia que sua excursão pelo 3D, não seria um capricho ou modismo, mas de fato, importante para a composição de uma onírica Paris do início do século passado.
Apesar de poder ser considerado um filme para o público infantil, serão os adultos e principalmente os mais senhores que talvez se saboreiem mais esse drama disfarçado de aventura.
Cena de Viagem à Lua |
Outro motivo é que quase todos os personagens são pesados, amargurados, mesmo quando servem de alívio cômico. É assim com o inspetor, interpretado muito bem pelo eterno Borat Sacha Baron Cohen. Ele não é do mal, mas é um adulto amargurado pela sua infância infeliz que persegue crianças órfãs para que tenham o mesmo destino dele.
O personagem que dá nome ao título, interpretado pelo expressivo Asa Butterfield (O Menino do Pijama Listrado) é um menino que já tinha perdido a mãe e após a morte do pai é praticamente escravizado pelo tio alcoólatra que some sem deixar pistas. Sozinho, morando entres as paredes do relógio da estação de trem, sua motivação é consertar um autômato (nome dado aos robôs, antes da popularização do termo empregado pelo dramaturgo checo Karel Čapek), resgatado por seu pai – Jude Law, num papel discreto, mas imprescindível – pouco antes de sua morte.
O verdadeiro Georges Méiles |
A jornada em consertar o autômato se revela, então, uma grande metáfora para sua vida, mostrando que ele não é, de fato, uma peça sobressalente. E sim a peça que faltava para trazer felicidade a todos a sua volta.
Título original: Hugo in 3D
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Ben Kingsley, Asa Butterfield, Chloe Moretz, Sacha Baron Cohen,Jude Law,Christopher Lee
Roteiro: Brian Selznick, John Logan
Origem: Estados Unidos
Estreia: 2012
Vencedor de 05 Oscars: Fotografia, Direção de Arte, Efeitos Visuais, Edição de Som e Mixagem de Som
1 comentários:
Olá assisti o filme , acho que pra criança ele é devagar , e as crianças ficam impacientes com 2 horas , na sessão a qual fui estava lotada de pais , com seus filhos tios com sobrinhos irmãos , o meu sobrinho de 11 anos não gostou muito , mas a mae dele vibrou do começo ao fim , eu ja me contive e achei um filme dramatico demais que mostra uma realidade de como é estar sozinho (Grabet) não conseguir se realizar (Méliès) , a historia é boa,um bom drama pra adultos e quando o filme termina tem aquele gostinho que tudo deu certo no final. Com certeza Scorsese, levará alguns Oscars.
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