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segunda-feira, fevereiro 20, 2012

A Invenção de Hugo Cabret

 “Se o mundo fosse uma grande máquina eu não poderia ser uma peça sobressalente.” A frase dita pelo jovem Hugo Cabret é a tônica desse belíssimo filme de Martin Scorsese, diretor acostumado a thrillers de suspense, mas que sempre soube dar profundidade aos personagens em seus filmes como em Os Infiltrados, pelo qual finalmente ganhou um Oscar, Cabo do Medo, Ilha do Medo, dramas como O Aviador, Touro Indomável, Taxi Driver, o divertido Depois de Horas e o polêmico A Última Tentação de Cristo.

Por isso não me surpreendeu muito quando soube que ele estava dirigindo A Invenção de Hugo Cabret (baseado no romance homônimo), que realmente merece todas as indicações a estatueta dourada. Assim como sabia que sua excursão pelo 3D, não seria um capricho ou modismo, mas de fato, importante para a composição de uma onírica Paris do início do século passado.

Apesar de poder ser considerado um filme para o público infantil, serão os adultos e principalmente os mais senhores que talvez se saboreiem mais esse drama disfarçado de aventura.

Cena de Viagem à Lua
Um dos motivos é o fato de render uma ótima homenagem ao surgimento do cinema, prestigiando o pai dos efeitos especiais Georges Méliès – sim, ele existiu – que produziu mais de 500 filmes, sendo o mais famoso dele Le voyage dans la lune (Viagem à lua) de 1902, de onde vem o desenho que é uma peça importante da história.

Outro motivo é que quase todos os personagens são pesados, amargurados, mesmo quando servem de alívio cômico. É assim com o inspetor, interpretado muito bem pelo eterno Borat Sacha Baron Cohen. Ele não é do mal, mas é um adulto amargurado pela sua infância infeliz que persegue crianças órfãs para que tenham o mesmo destino dele.

O personagem que dá nome ao título, interpretado pelo expressivo Asa Butterfield (O Menino do Pijama Listrado) é um menino que já tinha perdido a mãe e após a morte do pai é praticamente escravizado pelo tio alcoólatra que some sem deixar pistas. Sozinho, morando entres as paredes do relógio da estação de trem, sua motivação é consertar um autômato (nome dado aos robôs, antes da popularização do termo empregado pelo dramaturgo checo Karel Čapek), resgatado por seu pai – Jude Law, num papel discreto, mas imprescindível – pouco antes de sua morte.

O verdadeiro Georges Méiles
Hugo quer consertar o autômato, na esperança de encontrar uma mensagem de seu pai ou um sentido para sua vida. E é nessa busca que ele encontra o cineasta Georges Méiles (Ben Kingsley, fielmente caracterizado) e sua afilhada Isabelle (Chloë Grace Moretz, de Deixe-me Entrar e 500 dias com Ela).

A jornada em consertar o autômato se revela, então, uma grande metáfora para sua vida, mostrando que ele não é, de fato, uma peça sobressalente. E sim a peça que faltava para trazer felicidade a todos a sua volta.

Título original:  Hugo in 3D
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Ben Kingsley, Asa Butterfield, Chloe Moretz, Sacha Baron Cohen,Jude Law,Christopher Lee
Roteiro: Brian Selznick, John Logan
Origem: Estados Unidos
Estreia: 2012
Vencedor de 05 Oscars: Fotografia, Direção de Arte, Efeitos Visuais, Edição de Som e Mixagem de Som

Veja o trailer do filme aqui

1 comentários:

Anônimo disse...

Olá assisti o filme , acho que pra criança ele é devagar , e as crianças ficam impacientes com 2 horas , na sessão a qual fui estava lotada de pais , com seus filhos tios com sobrinhos irmãos , o meu sobrinho de 11 anos não gostou muito , mas a mae dele vibrou do começo ao fim , eu ja me contive e achei um filme dramatico demais que mostra uma realidade de como é estar sozinho (Grabet) não conseguir se realizar (Méliès) , a historia é boa,um bom drama pra adultos e quando o filme termina tem aquele gostinho que tudo deu certo no final. Com certeza Scorsese, levará alguns Oscars.

 
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