Era quase certo que a Academia não iria contra os
dois principais filmes indicados A Invenção de Hugo Cabret e O Artista.
Além de juntos somarem 21 indicações, também foram vencedores nos principais
prêmios que antecedem ao Oscar: Sindicato da Categoria, Globo de Ouro, BAFTA e
Critics Choice Awards. Muitos críticos disseram que o Oscar iria privilegiar
essas duas produções por falarem dos primórdios da indústria cinematográfica, o
que seria uma indicação de que o cinema deveria voltar seu olhar para o passado
ao pensar nos futuros lançamentos.
Independentemente da qualidade das produções – um pouco
melhor que a média das últimas edições – quem ganhou mesmo foi a nostalgia.
Além dos dois já citados, Meia-Noite em Paris, também abordou o início do
século em Paris, e Meryl Streep, em A Dama de Ferro, aborda uma figura
histórica, embora de um passado mais recente. Vidas Cruzadas também foi ao
passado para falar de racismo. E até Sete dias com Marilyn, que não levou
nada, também falava de um cinema e estrelas de outros tempos.
Querem mais nostalgia? Meryl Streep ganhou pelo seu
excepcional talento e pelo seu recorde de indicações. E não nos esqueçamos de Christopher
Plummer, o mais velho ator a ganhar um Oscar.
Outro fato muito interessante é que 11 estatuetas
foram para filmes que reverenciam a França: Meia-Noite em Paris, de Woody
Allen; o filme de Martin Scorcese, que se passa em Paris e homenageia o diretor
(francês) Georges Méiles. E claro, a produção muda e em preto e branco de O
Artista, com direção e atores franceses, que ganhou as principais estatuetas.
Só me resta uma dúvida: O Artista ganhou pela sua
qualidade ou por homenagear a iniciante Hollywood dos anos 20?
Fora isso, acho que a maioria das premiações foi
justa, apesar de acreditar A Árvore da Vida merecia ter ganhado pelo menos um
Oscar (de fotografia), já que dificilmente dariam outros prêmios a um filme tão
belo, mas de difícil entendimento pelo grande público. E também Planeta dos Macacos - A Origem, que merecia o prêmio de efeitos visuais.
Mas o grande injustiçado talvez tenha sido mesmo
Rio, do nosso diretor Carlos Saldanha. Já foi estranho não estar entre os
indicados para melhor animação (Ok, Rango levaria de qualquer jeito, e
merecidamente), mas perder o Oscar de melhor canção para aquela chatice de “Man
or Muppet” foi uma vergonha. O que talvez explique a decisão de não executarem
as duas músicas ao vivo durante a cerimônia, o que destacaria ainda mais a
discrepância do prêmio.
Mas não é só de Oscar que vivem os bons filmes – a maioria
não está lá. Vale a torcida para que os produtores ouçam a Academia e produzam
filmes com mais qualidade de roteiro, produção e atuação e que a tecnologia
sirva de complemento e não o destaque. A outra parte é do público, mas não
custa ser nostálgico!
Lista de vencedores:
Filme
O Artista - Thomas
Langmann
Direção
Michel Hazanavicius por O Artista
Roteiro
Original
Roteiro
Adaptado
Os Descendentes - Alexander Payne and Nat Faxon & Jim Rash
Ator
Jean Dujardin por O Artista
Atriz
Meryl Streep por A Dama de Ferro
Ator
Coadjuvante
Christopher Plummer por Toda Forma de Amor
Atriz
Coadjuvante
Octavia Spencer por Histórias Cruzadas
Fotografia
Montagem
Millenium - Os Homens que não Amavam as Mulheres - Kirk Baxter and Angus Wall
Direção
de Arte
A Invenção de Hugo Cabret - Dante Ferretti (Design de Produção) eFrancesca Lo Schiavo (Decoração de Set)
Figurino
O Artista - Mark
Bridges
Maquiagem
A Dama de Ferro - Mark Coulier e J. Roy Helland
Efeitos
Visuais
Trilha
Sonora Original
O Artista -
Ludovic Bource
Canção
Original
"Man or Muppet" de Os Muppets -
Letra e música de Bret McKenzie
Edição de
Som
Mixagem
de Som
Filme
Estrangeiro
A Separação (Irã) - Asghar Farhadi
Curta-Metragem
The Shore - Terry
George e Oorlagh George
Animação
Animação
em Curta-Metragem
The
Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore - William Joyce e Brandon
Oldenburg
Documentário
Undefeated - TJ Martin,
Dan Lindsay e Richard Middlemas
Documentário
em Curta-Metragem
Saving
Face - Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy
4 comentários:
Não esperava uma edição sem surpresas, mas foi muito bom ver O Artista consagrado. Só lamento a ausência de alguns filmes na premiação.
Meus comentários sobre o Oscar 2012 também estão no ar: http://peliculacriativa.blogspot.com/
Um Oscar com uma apresentação chata sem surpresas de fato quanto aos ganhadores, atém mesmo com relação a melhor canção. É claro que a música do Carlinhos Brown e Sérgio Mendes de Rio merecia ganhar ao meu ver, mas estava na cara que não seria desta vez que a Academia romperia com o preconceito contra produções sul- americanas. E isso ficou claro quando Rio se quer ficou entre os indicados de melhor animação.
Quanto aos dois vencedores: A invenção de Hugo Cabret e o Artista, gostei muito do primeiro e estou ansiosa para assistir o segundo que ao que tudo indica segundo os críticos é muito bom: um filme "sem palavras"ou quase isso, com o perdão do trocadilho. rsrsr
Parabéns a França e a nostalgia, trazendo vida e emoção a Holiwood.
Bjus
Oi, minha linda.
Também quero muito ver O Artista, apesar da crítica dividida. Falando nisso, temos que ver O Discurso do Rei, não?
E quanto ao Oscar, está cada vez mais chato mesmo. Está igual os últimos filmes do Nicolas Cage. Sei que não vou gostar, mas mesmo assim eu vejo.
Ps. Quer ver O Pacto? hehehehe
Hehehehe...
Pois é, vamos ver sim o Discurso do rei, faz tempo que estamos prometendo e acabamos vendo outro, né?
Quanto aos filmes do Nícolas Cage, Claro que quero ver sim, meu amor, não tenho achado tão ruins. Quando???
bjus
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